Raimundo Galvão (*)
Extra: Suél Ferranti é um Elfo!
Por que ninguém vota em Suél Ferranti? Porque Suél Ferranti não existe. Ele é um ser imaginário. Apenas está no imaginário da política. Na realidade, Suél Ferranti mora no Pantanal, num corixo mágico, ele é uma espécie de elfo pantaneiro. Pode perguntar ao Manuel de Barros que fala com as lesmas, carrega água na peneira e foi o primeiro a vê-lo através de sua poesia milagrosa.
Por causa disso, Suel só aparece aqui em Campo Grande de quatro em quatro anos, às vezes em período de tempo menor, depende do calendário eleitoral. Alguém já viu o Suel no Mercadão, na Praça do Rádio, na Ari Coelho, no domingo filando um jornal na Afonso Pena, no aniversário do Dácio, na Feirona, fora de época eleitoral?
Não. Claro, ele não existe, ou melhor, está hibernando.
Diferente de todos, Suel odeia hierarquia e se candidata pra qualquer cargo: senador, vereador, prefeito, deputado federal, estadual, presidente de associação de bairro, etc. E se tivesse eleição pra desembargador? “Demorô, oh!” Ele me disse.
Suel não faz distinção, pra ele qualquer cargo é irrelevante e igualmente importante.
Além disso, ele é um duro. E a primeira a notar essas duas coisas nele foi a esperta TV Morena que o deletou de um debate futuro. Perguntei ao Zahran e ele me disse: “Quem? Suel? Nunca vi nem ouvi falar”. Pensei, estou ficando louco, ele realmente não existe? Hoje eu tenho certeza disso porque ele não está no Facebook! Agora eu posso provar que Suel é inexistente, de várias formas.
Por exemplo, por silogismo: Suél Ferranti é honesto. Existe político honesto? Não! Logo, Suél Ferranti não existe. Suél não é articulado, sendo assim, não sabe conversar com empreiteiros, fazendeiros, industriais etc. Algum político sobrevive sem o dízimo subserviente dos empresários? Não! Logo, Suél Ferranti, não existe! André Puccinelli não dá ordens no Suel. Existe político em Campo Grande que o André não mande nele? Não! Logo, Suél Ferranti não existe! Se Suel fosse prefeito, ele mesmo, com mais uns três peões de Corguinho, faria as drenagens dos córregos da cidade. Existe político aqui em Campo Grande que não gasta milhões e milhões todos os anos com obras infindas de contenção de chuva? Não. Logo, Suel não existe.
Depois da Coca Zero e fome Zero, Suel é 0% nas pesquisas eleitorais, sempre, isso já uma marca sua. Afinal, se ele não existe, o funcionário-entrevistador do instituto de pesquisa pula inocentemente o nome dele, coitado, daí não aparece nunca, além da memória do entrevistado-eleitor que é muito fraca, principalmente aqueles que têm Mal de Alzheimer. É que ele não existe, fazer o quê?
Também não emporcalha a cidade, pois ele não tem santinho, tem elfinho! É a mesma coisa, mas, segundo o Haroldo Borralho, suja menos.
Obrigado, Suel, por você não existir. Ah se todos os políticos fossem assim como você e não existissem! Seria bom demais! Suel, você não existe mesmo!
(*Raimundo Edmário Guimarães Galvão é músico, jornalista e humorista em Campo Grande)
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Postado por: Raimundo Galvão (*), 28 Setembro 2012 às 14:50 - em: Falando Nisso