'Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal', afirma Marina Silva

Joedson Alves/ABr Arquivo
'Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal', afirma Marina Silva
Brigadistas combatem incêndio no Pantanal
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças do Clima) afirmou que os incêndios deste ano no Pantanal são agravados por extremos climáticos e por ações criminosas. “Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa”, declarou em entrevista, ontem, após a segunda reunião da sala de situação de crise, com os ministros Simone Tebet (Planejamento) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), além de representantes da Defesa e da Justiça. 
 
“Pela primeira vez, houve um plano de enfrentamento a incêndio no Pantanal. Nós fazemos política pública com base em evidência. Já sabíamos que este ano seria severo”, disse Marina Silva, reforçando que desde outubro do ano passado a pasta organizou ações para se antecipar às consequências dos incêndios, decretando situação de emergência e contratando brigadistas. Pelo Ibama, são 175 brigadistas em ação, 40 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 53 da Marinha, além de bombeiros locais. “Teremos já um adicional de 50 brigadistas do Ibama e 60 que virão da Força Nacional, além da mobilização de mais brigadistas diante da necessidade”.
 
“Novo normal”
 
A seca no Pantanal aponta para um “novo normal”, com a pior estiagem dos últimos 70 anos, disse a ministra. “O que nós temos é um esgarçamento de um problema climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul. Nós sabíamos que iria acontecer com seca envolvendo a Amazônia e o Pantanal. Nesse período, não há incêndio por raio. O que está acontecendo é por ação humana”, lamentou Marina Silva, frisando que mais de 80% dos incêndios estão em propriedades particulares.
 
Simone Tebet destacou a ação do governo de Mato Grosso do Sul de decretar a emergência ambiental. “Isso nos abre a possibilidade de criar créditos extraordinários. Não vai faltar recurso ou orçamento para resolver. Agora, não há orçamento no mundo ou no Brasil que resolva o problema de consciência da população”, afirmou. Marina relembrou a necessidade de aprovação pelo Congresso da Lei do Manejo Integrado do Fogo. “Infelizmente, até hoje não foi aprovado. Gostaríamos muito de que fosse aprovado nesse momento em caráter emergencial”.
 
Fogo proibido
 
Marina Silva disse que há um pacto com os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, além dos governadores dos estados da Amazônia. “Os governos estaduais já decretaram a proibição definitiva do fogo [em pastagens] até o final de ano. Portanto, todos aqueles que fizerem o uso do fogo para renovação de pastagem ou para atividade qualquer que seja ela, estará cometendo um delito”, alertou. Ela associou que os municípios que mais desmataram têm sido vítimas dos incêndios, como Corumbá (MS). “É o município que mais desmatou. Não por acaso, é onde há mais incêndio”. Simone Tebet acrescentou que há uma atenção especial para a situação de MS e MT. “O maior foco de incêndio nesse momento é no estado de Mato Grosso do Sul, mais de 50% no município de Corumbá”. (Com Agência Brasil)


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Postado por: Marco Eusébio, 25 Junho 2024 às 09:15 - em: Principal


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