Espanha vence, mas Joel vira o "Lula do futebol"
Ilustração Pojucan - blog Tutty Vasques (Estadão)A Espanha venceu no sufoco, só na prorrogação, por 3 a 2, e ficou como a terceira melhor seleção na Copa das Confederações neste domingo. Mas a seleção da África do Sul comandada por Joel Santana surpreendeu num jogo eletrizante. E o técnico está virando celebridade. O jornalista Tutty Vasques, em artigo publicado neste fim de semana no Estadão, compara, de forma brilhante, que o treinador está virando uma espécie de Lula do futebol: "diz as maiores maluquices, agora em dois idiomas, e todo mundo acha o maior barato". Conforme Tutty, "Joel Natalino Santana, assim como o presidente da República, tem esse poder de fazer soar genial o que dito pelo Dunga ou pelo Hugo Chávez pareceria pura estupidez". São frases como:
- "Eu não tenho currículo, tenho testamento" – ooooohhhh!
- "Meu time não olha para trás, só olha para frente" - uau!
- “Decidi privatizar a disciplina” – cacilda!
- “Bufana Bufana play match very good!” – é mole?!
Vale a pena conferir a íntegra do artigo "De perto ninguém é comum" de Tutty Vasques publicado neste domingo na coluna Ambulatório da Notícia no caderno Aliás do Estadão:
Uma dúvida cruel tem tirado o sono de Lula: Joel Santana é uma pessoa comum? Desde que criou o conceito de improviso para incluir José Sarney fora dessa, o presidente anda bastante confuso a respeito. Que diabos, afinal, é uma pessoa comum? – tem se perguntado com frequência. Nelson Mandela comentou qualquer coisa na terça-feira sobre o “rosto familiar” do Joel, mas não é o nariz batatudo, a bochecha caída ou a testa amarrotada o que faz do técnico carioca um sujeito mais ou menos igual a todo mundo nos dois lados do Atlântico abaixo da linha do Equador. Talvez o que faça de Joel um cara incomum seja justamente esta sua incrível capacidade de parecer comum em qualquer lugar do planeta.
O atual treinador da Seleção da África do Sul está virando uma espécie de Lula do futebol: diz as maiores maluquices, agora em dois idiomas, e todo mundo acha o maior barato. Joel Natalino Santana, assim como o presidente da República, tem esse poder de fazer soar genial o que dito pelo Dunga ou pelo Hugo Chávez pareceria pura estupidez. “Eu não tenho currículo, tenho testamento” – ooooohhhh! “Meu time não olha para trás, só olha para frente” - uau! “Decidi privatizar a disciplina” – cacilda! “Bufana Bufana play match very good!” – é mole?!
Trata-se de um raro espécime de brasileiro básico bem sucedido, claro que nem tanto quanto o presidente Lula - taí o Barack Obama que não me deixa mentir quando se desmancha em elogios ao “cara”. Se bem que, até a semana passada, quando os EUA ainda não eram o país do futebol, seu presidente nunca tinha ouvido falar em Joel Santana. E já deve estar se perguntando se é comum esse tipo de cara no Brasil. Difícil explicar, né?!
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Postado por: Marco Eusébio, 28 Junho 2009 às 13:38 - em: Papo de Arquibancada