Engano de segundo grau

ilustração Reprodução
Engano de segundo grau
Aeroporto da Pampulha, em BH, no século passado
Do Gaudêncio Torquato, em suas Porandubas Políticas:
 
"31 de março de 1964. Benedito Valadares se encontra com José Maria Alkmin e Olavo Drummond no aeroporto de Belo Horizonte:
 
– Alkmin, para onde você vai?
 
– Para Brasília.
 
– Para Brasília, ah, sim, muito bem, para Brasília.
 
Os três saem andando para o cafezinho, enquanto Benedito cochicha no ouvido de Drummond:
 
– O Alkmin está dizendo que vai para Brasília para eu pensar que ele vai para o Rio. Mas ele vai mesmo é para Brasília.
 
Esse tipo de artimanha é chamado de engano de segundo grau. Quer dizer: engano meu interlocutor, dizendo-lhe a verdade para tirar proveito da sua desconfiança. A primeira historinha é judia e expressa com humor o refinamento a que leva o ocultamento de informações: "Que sacanagem, o senhor quis fazer-me acreditar que vai a Minsk. Acontece que o senhor vai a Minsk".


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Postado por: Marco Eusébio, 07 Agosto 2021 às 18:00 - em: Garimpando Historia


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