Empresários dizem ao Fantástico que em MS só funcionam pagando propina
Reprodução de vídeo TV Globo
Depois de Wesley Batista dizer à Lava Jato que os frigoríficos da JBS pagavam propina para funcionar em Mato Grosso do Sul, a semana começa com o Fantástico exibindo denúncias de dois empresários – José Alberto Berger, que atua com processamento de couro; e Benilson Tangerino, dono de um frigorífico – que acusam o governo estadual de cobrar propinas para liberar licenças no estado.
Berger contou ao repórter Maurício Ferraz, da TV Globo, que em novembro teve a autorização para compra de gado suspensa pelo governo por supostas irregularidades. Disse que falou com o governador Reinaldo Azambuja, seu vizinho, que o mandou procurar o então secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula, que, por sua vez o mandou falar com um "mensageiro", José Ricardo Guitti, o Polaco.
Afirmou ter pago R$ 500 mil em novembro a Polaco, que afirmava agir a mando do secretário, e que no mesmo dia sua licença foi reativada. Como pediram mais dinheiro, resolveu gravar a entrega de R$ 30 mil a Polaco. O vídeo foi exibido pelo Fantástico. Acrescentou que resolveu fazer a denúncia depois que se negou a pagar mais R$ 150 mil por mês e teve a autorização novamente suspensa pelo governo e foi multado em R$ 7 milhões por suposta sonegação fiscal. Sua empresa, disse, está funcionando com liminar na Justiça.
Benilson Tangerino relatou ao Fantástico que para manter seu frigorífico funcionando teria pago R$ 300 mil a Sérgio de Paula no gabinete do então gabinete de secretário, e que depois queriam cobrar R$ 150 mil por mês.
Entrevistado pelo Fantástico, Azambuja afirmou que os empresários citados são sonegadores de impostos, que "comprovadamente fazem emissão de nota fria pra querer se salvar do pagamento de imposto em Mato Grosso do Sul", que isso foi identificado pelo Estado e tiveram cancelados incentivos concedidos pelo governo anterior. Sobre gravações, Azambuja disse que cada um vai responder por seus atos. Questionado sobre Sérgio de Paula, que deixou o governo em março, o governador declarou que tem uma amizade antiga, mas que "se usou" seu nome foi sem autorização.
Em nota ao Fantástico, Sérgio de Paula disse que nunca autorizou ninguém a usar o nome dele. E que, em nenhum momento, foi "contemplado com dinheiro ou qualquer espécie de benesse vinda do senhor José Ricardo Guitti, o Polaco". Sobre José Alberto Berker, Sérgio afirmou que foi procurado por ele para interceder junto à Secretaria de Fazenda, "porém deixei claro que não tinha qualquer tipo de relação ou poder para tentar mudar decisão sobre cortes de benefícios fiscais".
Os empresários citados, conforme o Fantástico, vão entregar as denúncias e o vídeo ao Ministério Público Federal (MPF). O programa lembrou que o governador Azambuja já enfrenta quatro pedidos de impeachment, por causa da delação do dono da JBS, Wesley Batista, que afirmou em delação premiada que os frigoríficos do grupo pagavam propina para funcionar em Mato Grosso do Sul num esquema iniciado na gestão de Zeca do PT, passado pela de André Puccinelli e chegado até ao atual governo tucano.
Veja aqui em vídeo a matéria no site do Fantástico.
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Postado por: Marco Eusébio, 28 Maio 2017 às 22:30 - em: Principal