Em Campo Grande, lojistas lamentam 'prende e solta' que estimula crimes
Saul Schramm/CampoGrandeNews Reprodução
O "prende e solta" gerado pelas brechas da lei que faz tempo é rotina e estimula o crime em todos os níveis no Brasil foi alvo de críticas do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, Adelaido Vila, e do presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Região Central da cidade, Eliezer Melo Carvalho, em carta aberta divulgada hoje, sobre o assassinato do pedreiro Antônio Marcos Rodrigues de Souza, de 19 anos, morto ontem ao tentar impedir um assaltante de roubar uma adolescente na Avenida Mato Grosso, próximo à Esplanada Ferroviária.
"O cruel assassinato do pedreiro Antônio Marcos Rodrigues de Souza foi cometido por um homem que já tem sete passagens por furto. Ou seja, a polícia o prendeu sete vezes e sete vezes a Justiça o soltou às ruas, talvez considerando que os furtos fossem crimes menores. É esta banalização dos crimes que precisa ser combatida, pois não pode um homem ser preso sete vezes e ainda voltar às ruas, ficando livre para cometer novos crimes, para assassinar um trabalhador, que num impulso, foi defender uma mulher, também inocente, de um roubo", diz a nota.
Leia a íntegra:
"Carta aberta à população, representantes da Justiça e autoridades
Senhoras e senhores, as palavras abaixo serão duras, como dura é a realidade em que vivemos, como dura é a violência a que somos submetidos diariamente.
A violência que presenciamos, estarrecidos, nos últimos dias, contrasta com a inércia da Justiça ao não deixar na cadeia bandidos presos uma, duas, oito, dez vezes e nos faz questionar que se houvesse mais empenho em mantê-los presos, vidas de inocentes teriam sido poupadas.
Nesta história há, sim, heróis e vilões, e, mais ainda, há vítimas e há culpados.
O cruel assassinato do pedreiro Antônio Marcos Rodrigues de Souza foi cometido por um homem que já tem sete passagens por furto. Ou seja, a polícia o prendeu sete vezes e sete vezes a Justiça o soltou às ruas, talvez considerando que os furtos fossem crimes menores.
É esta banalização dos crimes que precisa ser combatida, pois não pode um homem ser preso sete vezes e ainda voltar às ruas, ficando livre para cometer novos crimes, para assassinar um trabalhador, que num impulso, foi defender uma mulher, também inocente, de um roubo.
Enquanto entidade representante de mais de 3.500 lojistas, nós, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande, junto com o Conselho de Segurança da Região Central, temos buscado uma solução para a questão da violência em Campo Grande e encontramos nas polícias Civil e Militar e na Guarda Municipal o apoio necessário.
Mas não é suficiente, precisamos que a Justiça seja efetiva, mantenha os bandidos na cadeia, precisamos que a Justiça fique ao lado das verdadeiras vítimas, que são as mulheres e homens que trabalham, que vivem de acordo com a lei e que buscam o melhor para o País.
Nossa homenagem às polícias Civil e Militar e à Guarda Municipal pelo trabalho exemplar. Nosso apelo à Justiça: que seja justa e equilibrada.
Adelaido Vila
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande
Eliezer Melo Carvalho
Presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Região Central de
Campo Grande"
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Postado por: Marco Eusébio, 08 Maio 2018 às 16:30 - em: Principal