O bispo Edir Macedo perdeu uma ação na Justiça contra o casal Luciano Gonçalves e Mariângela Ribeiro, donos de uma pequena loja de livros usados em Resende (RJ), por causa de um cartaz com uma piada. Colocado na porta do sebo em 2017, o banner viralizou nas redes sociais depois que Jair Bolsonaro venceu as eleições e levou o poderoso líder da Igreja Universal a acionar a Justiça em 2019, conforme aqui publicado na época.

O cartaz dizia: "Se você é racista, machista, homofóbico, se não acha que as 'obras' de Bolsonaro, Malafaia e Edir Macedo envergonham a humanidade... Entre! Esta é uma casa de inteligência e cultura. Nós podemos ajudar você".

Alegando danos morais, o poderoso líder da Igreja Universal e do grupo de comunicação da Record acionou a Justiça alegando que o cartaz seria "intolerância religiosa" pedindo indenização de R$ 25 mil e uma placa de "retratação" no local.

"Era uma crítica à obra, não fazia nenhuma ofensa pessoal, não citava religião", disse em entrevista à BBC Brasil o Luciano, que vende no sebo diversos livros religiosos, incluindo de líderes evangélicos.

Conforme a juíza juíza Silvia Regina Portes Criscuolo, se Bolsonaro, Malafaia e Macedo "notoriamente veiculam em suas exposições para a mídia o que pensam e sentem sobre os temas relacionados no banner", outras pessoas também precisam ter o direito de se manifestar.

Se a decisão for mantida ou Macedo não recorrer, ele terá de pagar as custos do processo. "Felizmente não gastamos nada, tivemos vários advogados se oferecendo para nos defender pro-bono (sem custos)", contou Luciano. Leia mais aqui no site da BBC.

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