à tempo de acordar Heitor Freire (*)

É tempo de acordar

Estamos assistindo, quase que diariamente, a manifestações da natureza demonstrando sua revolta com o comportamento humano. São tsunamis, tornados, terremotos, erupções vulcânicas e chuvas torrenciais provocando um número muito grande de mortes.  Ultimamente, tivemos a pandemia do coronavírus, que também causou muitas mortes – embora a morte por si, seja um acontecimento natural na vida de cada um –, mas esta provocou um grande impacto pelo inesperado.
 
Será que é por acaso? Eu já entendi que nada, mas nada mesmo, acontece por acaso. Tudo é resultado de uma ação anterior, que provoca uma reação.  Então qual é a leitura que se faz desses acontecimentos catastróficos?  É a resposta que estamos obtendo do comportamento irracional da humanidade ao longo dos tempos. A natureza está dando um basta. 
 
Assistimos ao sofrimento dos nossos irmãos no litoral paulista, ante uma tragédia anunciada e que se repete todos os anos, mas que mesmo assim, comove a todos. A perda de bens materiais, de parentes e amigos deve nos levar em busca de um entendimento. Nesse caso, estamos aprendendo pela dor. Se não entendermos, o objetivo não será atingido. Temos que mudar.  
 
Esses acontecimentos devem suscitar em todos nós um despertar, pois influem na vida de milhões de pessoas, direta ou indiretamente, e se não causar uma profunda reflexão, se todos continuarem voltados para os seus umbigos, para os seus próprios interesses, não terão atingido suas finalidades que, a meu ver, é o de sacudir as pessoas, de acordá-las para uma mudança radical.
 
Há muito tempo não se viam acontecimentos em nível mundial que tivessem causado tanto transtorno, tanta estupefação, tanta alteração na vida das pessoas que estão ainda perplexas, reclamando, sem entender o que está acontecendo. É hora de mudarmos o nosso comportamento. E aqui não se trata apenas das grandes queimadas, dos desmatamentos criminosos, das guerras insanas, das agressões feitas com usinas nucleares, usinas elétricas, e outras iniciativas desse gênero, que devem também continuamente ser combatidas.
 
A mudança verdadeira e transformadora é aquela que cada um pode realizar nos seus próprios atos e que deve ser consciente. Por menor que seja. Por exemplo: na forma de pensar, de agir, de respeitar as pessoas, de não jogar lixo nas ruas; não estacionar o carro nas calçadas; não jogar cigarro aceso por aí; não desperdiçar água; não pensar uma coisa e fazer outra; cumprir aquilo que se promete; não julgar o próximo, não condenar ninguém, não reclamar. Essas mudanças de atitude se refletem diretamente na vida das pessoas e se irradiam de modo circular em todo o planeta, embora não sejam perceptíveis visivelmente.
 
Ainda que não pareça, essas mudanças proporcionam uma alteração clara no resultado daquilo que nos envolve diretamente. No modo de agir e de pensar, fortalecendo o espírito de cada um.
 
Assim, é o momento de parar tudo. Ouvir o nosso coração. Refletir. Meditar. Buscar o verdadeiro sentido do que está acontecendo para que possamos avaliar nosso próprio comportamento. Cada um tem dentro de si todo o instrumental necessário para fazer essa avaliação e mudar. Não dá mais para continuar fazendo de conta, empurrando com a barriga, deixar como está para ver como é que fica, fazer cara de paisagem, continuar fingindo que não estamos nem aí. Que o que acontece com os outros e em outros lugares não nos atinge, como se vivêssemos em uma redoma de vidro, protegidos. Não é assim.
 
É hora e tempo de acordar, de agir com lucidez, com firmeza, com disciplina verdadeira e sincera, com consciência, e de eleger a sinceridade como expressão constante dos nossos pensamentos e dos nossos atos. Sobretudo é tempo de orar e vigiar, com todas as consequências daí advindas.
 
Eu aprendi que sou herdeiro de mim mesmo. Meus atos na encarnação vão repercutir na espiritualidade. Por outro lado, meus atos na espiritualidade vão repercutir em minhas futuras encarnações. É um ciclo permanente. Essa consciência me dá segurança, responsabilidade e me desperta para avaliar todos os meus atos, pensamentos e ações.
 
Aprendi também que não sou pequeno, nem insignificante. Sou um ser grandioso, como aliás, todos somos, porque carregamos em nossa essência a grandiosidade do Ser Supremo, que é Deus, nosso Pai e nosso Criador.
 
Assim, vamos todos nos conscientizar do que somos verdadeiramente, e agir de acordo com esse princípio. É mais do que tempo de acordar.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 08 Abril 2023 às 10:00 - em: Falando Nisso


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