...e o amor prevaleceu! Heitor Freire (*)

...e o amor prevaleceu!

Uma das situações mais complexas que envolvem o ser humano, sem dúvida, é o relacionamento pessoal. O conflito é uma constante e provoca aquilo que se convencionou chamar de luta do bem contra o mal, em que cada lado se considera certo e se enxerga como o bem, colocando seu opositor como o mal.
 
Na história da humanidade, houve, há e haverá sempre – espero que acabe um dia – um constante conflito entre o amor e as desavenças causadas por incompreensão, vaidade, soberba, orgulho, arrogância e preconceito. É uma luta milenar.
 
Desde os primórdios,  os seres ditos pensantes travam batalhas e guerras sangrentas para conquistar territórios, dominar nações e povos, se apoderar das riquezas dos vencidos –  e, em meio a todo esse sangue derramado em nome do poder, ainda existiu um tipo de luta mais cruel, a das arenas, em que se digladiava contra leões ou contra homens, como se todos fossem animais, e a barbárie se desenrolava como um filme de terror, ao vivo, para deleite de uma plateia sedenta por violência e morte.
 
Lamentavelmente isso não ficou no passado, como uma parte selvagem e lamentável da nossa história. As guerras continuam até hoje, dizimando populações inteiras, gerando órfãos e refugiados mundo afora, vítimas do egoísmo e da sede de poder insaciável, que não se importam com as consequências ou efeitos colaterais, apenas querem atingir seus próprios objetivos, muitas vezes frutos da vaidade, da insaciável vontade de prevalecer contra o outro.
 
Os séculos passaram, a tecnologia deu saltos enormes, chegamos à internet, aos computadores, aos microchips, à realidade virtual etc, mas a realidade real ainda parece ser irreal e inacreditável de estar acontecendo.
 
Jesus, a mais perfeita encarnação do amor, nos deixou ensinamentos perenes que se eternizaram no tempo e no espaço, ao longo dos milênios, mas que em grande parte não foram assimilados por uma parcela significativa do Ocidente. De um modo geral, todos nos dizemos cristãos, do lado de cá do planeta. Mas entre a palavra e a ação há um hiato, às vezes, intransponível. (É claro que no Oriente outros líderes espirituais servem de modelo, com seus deuses, sacerdotes, profetas e santidades, igualmente poderosos.)
 
Quando a vaidade e a arrogância prevalecem, acabam criando abismos abissais, que dificilmente são transpostos, porque o ego toma conta.
 
Jesus, no mais cruel sofrimento, no alto da cruz, vendo os seus algozes, deixou a mais profunda lição de amor ao próximo, quando disse: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. O amor ao próximo foi seu ensinamento mais importante, pregando sempre o perdão. Quando Pedro lhe perguntou: “Mestre, quantas vezes deverei perdoar meu irmão, sete vezes?” E Jesus respondeu: “Não Pedro, não digo sete vezes, mas setenta vezes sete” (Mt 18:21,22), significando que o perdão é ilimitado, não é questão de número, mas de atitude.
 
Inspirada nos ensinamentos de Jesus para a recente eleição da nova diretoria da Santa Casa, realizada no último dia 10, a chapa vencedora “Por amor à Santa Casa”  elegeu a advogada Alir Terra Lima como a primeira mulher a exercer a presidência dessa centenária instituição, que já começa fazendo história.
 
E assim, como se deve, prevaleceu o amor.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 12 Novembro 2022 às 08:00 - em: Falando Nisso


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