Heitor Freire (*)
Do protocolo
A comunicação é uma das ferramentas mais marcantes e significativas do relacionamento humano. Quando bem aplicada, ela permite a interação entre as pessoas, embora muitas vezes não seja necessariamente entendida porque se faz de forma complexa, dificultando sua compreensão.
Quando o homem passou a conviver com o outro sentiu a necessidade de emitir um sinal como expressão do pensamento e, uma vez compreendido, deu início à comunicação. É bem provável que quem deu o start tenha sido uma mulher, por razões que todos conhecemos. Daí para frente essa evolução vem acontecendo em progressão geométrica. Até hoje existem a comunicação verbal e a não verbal. A primeira é explícita, não carece de interpretação. A não verbal permite, por meio da interpretação do comportamento, uma definição de situações e de intenções que podem se dar de várias formas, como a expressão facial, ou a linguagem corporal, ou outros meios ainda mais sutis, como atitudes reiteradas ao longo do tempo.
Com o passar do tempo, a comunicação, para sua maior eficácia, passou a exigir uma série de regras que proporcionassem melhor entendimento entre as partes.
Assim, surgiu o “protocolo”, que, segundo o dicionário Aurélio, significa “a primeira folha colada aos rolos de papiro, na qual se escrevia um resumo do conteúdo do manuscrito”. Ou seja, a origem do que hoje chamamos de protocolo se deu no Egito Antigo.
Muitas são as suas definições, como se vê abundantemente na internet:
“O serviço encarregado do recebimento, registro, classificação, distribuição, controle da tramitação e expedição de documentos” (Arquivo Nacional, 2005).
Protocolo é um conjunto de informações, decisões, normas e regras definidas a partir de um ato oficial. A palavra protocolo, na verdade, acaba abrangendo um conjunto de significados bem extenso. Desde formalidades públicas, até o cumprimento de critérios necessários, dependendo de atividades específicas.
O protocolo normatiza o comportamento ético, pessoal, profissional e orienta certos procedimentos. É a procura das leis gerais que regem a evolução das sociedades humanas, especulações relativas ao sentido dessa evolução e o termo final a que chegou a evolução da humanidade
É um conjunto de dados que permite direcionar o trabalho e registrar oficialmente os cuidados executados na resolução ou prevenção de um problema. Protocolo descreve uma situação específica de assistência e cuidado, com detalhes operacionais e especificações sobre o que fazer, quem deve fazer e como fazer.
Um protocolo deve ser construído de maneira coletiva, com bases sólidas em seus aspectos éticos, legais e científicos. No campo da medicina, por exemplo, a saúde baseada em evidências deve ser o norte dos protocolos. Os protocolos eliminam as decisões baseadas apenas no conhecimento adquirido na prática cotidiana individual. Na área da saúde existe o protocolo de Manchester, um processo de seleção de pacientes com base em sua condição clínica e na urgência por atendimento.
Já no campo da tecnologia, o cientista inglês Tim Berners-Lee há 30 anos inventou um protocolo – uma série de regras – para que programas de computador se ligassem em rede. E a partir daí houve uma evolução imensa, que hoje chamamos de internet, graças à sistematização da metodologia pensada e aplicada por ele.
Na realidade, a meu ver, podemos dizer que protocolo é um conceito que existe desde o início da criação, porque Deus, desde a largada, definiu o que e como fazer.
Ao criar a humanidade, Deus deu a cada um, um nome na espiritualidade, e esse nome nos identifica para sempre. Ao reencarnarmos em cada oportunidade recebemos um outro nome, que ao fim dessa etapa perde sua finalidade. Assim, para nossa identificação na espiritualidade temos apenas um nome, que foi previamente determinado por Ele. Isso também pode ser considerado o nosso protocolo interno, a nossa marca registrada, não é?
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
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Postado por: Heitor Freire (*), 21 Setembro 2024 às 08:00 - em: Falando Nisso