Do mundo espiritual Heitor Freire (*)

Do mundo espiritual

“Se compreendes, as coisas são como são;
Se não compreendes, as coisas são como são.”
Princípio da ciência esotérica.
 
A existência do mundo espiritual que circunda o mundo material é uma realidade à qual devemos estar atentos, cada vez mais. Como é para lá que iremos todos, sem dúvida é oportuno que procuremos conhecer e aprender como ele funciona, embora, naturalmente, as informações devam sofrer um filtro para avaliação sobre sua veracidade, evitando influências que possam distorcer esse conhecimento.
 
É cada vez mais evidente que a versão de uma só encarnação, com julgamento final para o céu ou para o inferno, não resiste ao mais elementar raciocínio lógico. Basta observar o infinito que se apresenta à noite, com a infinidade de corpos celestiais que, naturalmente, são habitados. Eles não estão nem aí para o nosso deleite noturno. A dimensão da eternidade se impõe como um conhecimento a merecer um estudo sério, com o despertar da consciência plena do que representa o ser humano, para que possamos nos situar a respeito do que realmente nos concerne. A vida não é feita de contemplação. Ela exige trabalho permanente. A lei de Deus é a Lei do Trabalho.
 
Hermes Trismegisto – considerado o Três Vezes Grande, rei, sacerdote e juiz no Egito Antigo –, postulou seus sete princípios (Mentalismo, Correspondência, Vibração, Polaridade, Ritmo, Causa & Efeito e Gênero), cujo conhecimento, no meu entender, é indispensável para o entendimento do mundo. O autor sintetiza suas ideias de forma clara no livro O Caibalion, escrito por Três Iniciados, no qual divide o universo em três classes de fenômenos conhecidos como os Três Grandes Planos:
 
1. O Grande Plano Físico;
 
2. O Grande Plano Mental;
 
3. O Grande Plano Espiritual. 
 
“Os Três Planos são graus ascendentes na grande escala da Vida, o ponto mais baixo da qual é a Matéria não diferenciada e o Ponto mais elevado é o Espírito... 
...os Três Grandes Planos não são as divisões atuais dos fenômenos do Universo, mas simplesmente termos arbitrários empregados pelos hermetistas para facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus e formas de atividade e da vida universal.”
 
O Caibalion, questiona: “Como poderemos explicar estes estudos mais elevados do Ente, da Vida e da Mente, às mentes mais inábeis para compreender e entender as mais elevadas subdivisões do Plano Hominal? A tarefa é impossível. Poderemos falar somente nos termos mais gerais. Como pode a Lua ser descrita para um homem que nasceu cego?”
 
O Princípio de Correspondência ensina: “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo, é como o que está em cima”. Não é igual. É análogo. A compreensão deste princípio habilita o homem a entender e explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da natureza. (O céu é um espelho da Terra, e vice-versa)
 
Proponho aos interessados que procurem estudar essa obra fundamental para a tese que estamos enunciando, buscando contribuir para um entendimento do contexto em que estamos inseridos. 
 
Está claro que não é uma versão meridiana e implica em um estudo sério. Nada é mais importante do que o nosso autoconhecimento e inclui, naturalmente, o relacionamento do ser humano com o Todo, com Deus, o Grande Arquiteto do Universo. 
 
Não é fácil. Mas é indispensável.
 
“Há mais coisas entre o céu e a terra do que o que sonha a nossa vã filosofia” (Shakespeare).
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)

 



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Postado por: Heitor Freire (*), 20 Maio 2023 às 08:00 - em: Falando Nisso


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