Apesar de Lula dizer que isso não aconteceria quando anunciou o Brasil como sede do campeonato mundial de seleções, o que todo mundo já previa acontece: o dinheiro público está bancando mais de 60% das obras de estádios da Copa-2014 erguidos com as parcerias público-privadas (PPS) informa matéria da repórter Fernanda Odilla, publicada na edição de hoje da Folha de S.Paulo. O grupo do Ministério Público Federal que acompanha a preparação do evento diz que isso desvirtua o modelo, no qual o setor privado financia e executa determinada obra ou serviço em troca do direito de concessão. O caso mais grave apontado é a reconstrução do estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA). Lá o setor público se comprometeu com 80% da obra. Mesmo tendo optado pela PPP, os governos de Bahia, Ceará e Pernambuco receberam financiamento total de R$ 1 bilhão do BNDES para erguer arenas que vão custar, juntas, R$ 1,76 bilhão. Nos três casos, a verba pública ultrapassa 60% do orçamento dos estádios. "O banco de fomento da União ainda analisa pedidos para as arenas de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte. Bahia e Ceará contraíram empréstimos para repassar o dinheiro às parceiras privadas. Pernambuco vai usar a maior parte da verba para ressarcir o que foi investido", informa a Folha.