Deputado denuncia falta de insumos à crianças atípicas há dois anos em Campo Grande
Luciana Nassar/Alems
O deputado Pedro Kemp (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa (Alems) na sessão de ontem para denunciar o atraso de dois anos e meio na solução definitiva da falta de suplementos, fraldas e outros insumos para as crianças com deficiência em Campo Grande. “Eu recebi uma mensagem de uma dessas mães dizendo: Você sabe o que é uma mãe atípica? É uma mulher que depois de um dia cansativo deita na cama e diz que aquele dia ela correu atrás de atendimento para o seu filho e não conseguiu. É aquela mulher que levanta no outro dia dizendo: Será que eu vou ter forças para hojoe lutar novamente para meu filho ter direito a uma alimentação especial?”, declarou.
Kemp relembrou que, antes de atuar no Legislativo, foi psicólogo da rede pública de ensino e atendeu famílias de crianças com deficiência. “Fico bastante comovido e a minha indignação é que acompanho os grupos de mães, em que cansei de vê-las chorando em reunião, dizendo que vão até o CEM (Centro de Especialidades Médicas) ou à Secretaria de Saúde atrás de fralda, leites especiais, sondas e não conseguem. Há mais de dois anos ‘batem com a cabeça na porta’ e escutam que está em falta, está em licitação. E eu vou falar para meu filho ficar 90 dias sem comer? São mães que não tem condições financeiras” afirmou.
Segundo o deputado há leite especial que custa R$ 180 a lata e dura para apenas três dias. “Façam as contas de quanto precisa, sendo que essa mãe vive com o Programa Cuidar de Quem Cuida, que dá para ela R$ 900 por mês. Sabe o que significa isso? Se ela usar todo o benefício não dá para comprar metade das latas que precisam no mês. Só sente a dor quem passa por essa situação. Elas têm que abrir mão da sua própria vida para cuidar desses filhos 24 horas por dia. Eu me comovo. Elas se deitam e pensam que não conseguiram atendimento. Se levantam e pensam: ‘será que vou ter forças para que meu filho consiga se alimentar?’”, detalhou Kemp afirmando que há dois anos os insumos estão com falhas nas entregas e que professores especializados de apoio foram substituídos por estagiários e técnicos, enquanto mães reclamam e a Prefeitura de Campo Grande apresenta inúmeras desculpas, sem que haja solução.
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Postado por: Marco Eusébio, 23 Outubro 2024 às 09:15 - em: Principal