Zeca do PT (*)
Coragem para defender o PT
Na última sexta, 22 de fevereiro, realizamos no auditório da Fetems um ato político em defesa do Partido dos Trabalhadores que contou com a presença de lideranças do PT de Mato Grosso do Sul e de José Dirceu, fundador, construtor e estrategista do partido. Com este ato sinalizamos que não temos medo de enfrentar o debate e defender o PT. Eu não tenho dúvida nenhuma a respeito do significado político do julgamento de José Dirceu. Trata-se, na verdade, de mais uma tentativa de enfraquecer o PT. Nossos adversários se utilizam descaradamente da mídia – historicamente aliada das elites neste país – para tentar criminalizar o partido, numa tentativa de esmorecer a sua militância, e dessa forma viabilizar a volta da direita ao poder.
Foi preciso coragem para fundar e construir o PT, como foi preciso coragem para retomarmos os sindicatos e construir a CUT (Central Única dos Trabalhadores), como foi preciso coragem para lutar contra a ditadura, para fundar o MST e outros movimentos sociais. Foi preciso coragem para, no começo da década de 80 fundarmos o PT na terra dos coronéis. Enfrentamos, naquela época, tanto os ataques da direita como da chamada “esquerda tradicional”, para quem o surgimento de um partido a partir das bases (bairros e movimentos sociais) era inviável, divisionista e sem futuro.
Porém, o tempo mostrou que nossa análise e nossa estratégia estavam corretas. O PT cresceu sem parar, ganhou força nos movimentos sociais e também eleitoral, levando finalmente o partido ao governo federal, com a vitória de Lula. E ao contrário do que apregoavam os profetas do caos, o Brasil passou por uma verdadeira revolução silenciosa na era Lula, que hora tem continuidade, com crescimento econômico, estabilidade política, liberdade de expressão, diminuição das desigualdades, ascensão social de milhões de famílias e a massificação do ensino superior, entre outros tantos avanços que podem ser apontados.
Tal êxito não foi até agora digerido pelas elites. E nunca será. Desde o primeiro dia do governo Lula, a direita, que tem o controle da mídia (e, no entanto, dizem cinicamente que atacamos a liberdade de imprensa), tem se esforçado para tentar desqualificar o PT. Tal ataque sistemático tem claramente um conteúdo político de classe, eivado de preconceitos e mesmo despeito pelos resultados alcançados pelo PT.
Mas nós não nos dobramos a esses ataques. É fácil entrar para um partido quando ele está no auge eleitoral, quando venceu eleição, quando está no poder. Mas a coragem é necessária justamente neste momento em que o partido sofre ataque da mídia e dos partidos conservadores, como PSDB e DEM, com o objetivo de desqualificá-lo e enfraquecê-lo, na esperança de voltarem ao poder. Um dirigente petista tem que ter coragem para enfrentar e reagir aos ataques feitos ao partido. Não pode ter medo da mídia, que sempre aliás foi contra nós, nem das elites econômicas e políticas, nem de fazer o debate com a direita, seja em que terreno for, nas eleições ou fora dela.
Eleições passam, o partido fica. Por isso é premente hoje que os petistas sinceros, que vêem a importância estratégica deste partido no cenário nacional e estadual, façam a sua defesa em alto e bom som, sem vergonha, sem medo, com coragem para defender um partido que – quer queiram, quer não – vem fazendo história neste estado e neste país.
(*José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, é vereador em Campo Grande e foi deputado estadual e governador de MS em dois mandatos)
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Postado por: Zeca do PT (*), 26 Fevereiro 2013 às 12:30 - em: Falando Nisso