Com 72 anos de tradição... falta garra ao Operário

Clube de maior tradição da história do futebol de Mato Grosso do Sul, o Operário campo-grandense completou 72 anos sem ter o que comemorar. Sem estrutura perdida por uma série de más gestões nas últimas décadas, o clube, que em nível nacional chegou ser o mais temido do Mato Grosso uno e do novo estado que nasceu da divisão, sobrevive hoje apenas da tradição do nome, depois de ter toda sua estrutura depredada ao longo das últimas décadas. E continua de mal a pior. Neste ano não conseguiu ao menos sair da amadora segunda divisão estadual, onde foi parar no ano anterior, pela primeira vez em sua história que já foi gloriosa.


Muita gente reclama da falta de apoio por parte de empresas e do poder público. Mas é bom ficar claro que este só virá se houver uma junta administrativa que tenha esse respaldo, pois ninguém, seja político ou empresário, investe no que não acredita. Ou seja, o caminho para que o Galo consiga se revigorar é apontado, curiosamente, por seu principal rival, o Comercial, que, mesmo enfrentando situação bastante semelhante, está aos poucos se reerguendo graças a uma diretoria que conta com respaldo político e empresarial.


Por isso, quem diz ter amor pelo clube deveria ir além das palavras. E em casos como este, em que não se consegue salvar o ente amado, a maior prova de amor é deixar o egoísmo de lado e abrir mão para que a própria instituição Operário possa vir a ser gerida por uma junta administrativa formada por lideranças empresariais com capacidade para atrair investimentos e com respaldo junto às lideranças políticos regionais. Só com o Galo exibindo credibilidade e empenho além da força de vontade, poderemos voltar a reviver os grandes clássicos Comerários no Morenão necessários ao real fortalecimento dos dois clubes, numa rivalidade salutar. Só assim poderão atrair novos torcedores e o Galo poderá voltar a ter o que comemorar com sua torcida. O Operário continua tendo "amor e tradição", como diz seu hino, mas falta a garra que, numa hora de dessas, se traduz em entender que essa tradição deve ser maior que interesses pessoais e desagarrar o Galo, deixando-o livre para voltar a se fortalecer.

 

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Postado por: Marco Eusébio, 22 Agosto 2010 às 09:30 - em: Papo de Arquibancada


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