A China anunciou que vai taxar em 34% os produtos dos Estados Unidos a partir da próxima quinta-feira (10), mesmo índice das taxas impostas nesta semana pelo presidente Donald Trump às importações chinesas. O governo chinês também anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, de valor estratégico para indústrias de alta tecnologia, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses, medidas vistas também como retaliação ao tarifaço de Trump. Analistas ouvidos pela Folha de S.Paulo disseram que a retaliação da China sobre produtos agrícolas dos EUA deve atingir a soja e beneficiar o Brasil.

 

"PAULADA" – “É uma paulada. Até então, a China vinha respondendo de forma pontual. Esse novo tarifaço tem capacidade muito grande de mexer com os interesses das empresas americanas que operam na China. Quase todas operam na China e dependem do mercado chinês para ter lucro”, disse o especialista em China e professor de Economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Elias Jabbour.

 

O tarifaço chinês, acrescentou, deve gerar pressão inflacionária, "algo que Trump não tem muita capacidade de controlar no curto prazo”. Jabbour disse ainda que os EUA dependem dos minerais de terras raras, usados para fazer chips e outros itens de alta tecnologia. “A China exporta muitas terras raras para os Estados Unidos. Então, tem esse impacto. Por isso que o Trump quer a Ucrânia, a Groelândia”, declarou. (Com Agência Brasil e Folha)