Casamento no Candomblé acontece pela primeira vez em Campo Grande
Do album de fotos de Luiz Junot
Um casamento inédito em Campo Grande, marcou as bodas de prata do jornalista Luiz Junot e a psicopedagoga Zilá Dutra. Para comemorar os 25 anos de união, o casal devoto da religião africana resolveu se casar em cerimônia no Candomblé. O enlace aconteceu no dia 14 deste mês, no templo religioso Ilè Dará Agan Oyá Asé Elegbara Omodé, dirigido pelos sacerdotes Mãe Zilá de Oyá e Pai Lucas de Odé. A cerimônia foi ministrada pelo babalorixá paulista Carlito de Oxumarè, do Ilè Olá Omi Asé Opò Araká.
O ritual precedeu as comemorações anuais em reverência a Oyá e Odé, deuses africanos das tempestades e da caça, da fartura e prosperidade, respectivamente. Em meio ao público presente estiveram diversos membros da sociedade e da comunidade candomblessista de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso. O presidente da Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul (Fecams), sacerdote de Umbanda Irbs, também presente, destacou: “Foi uma cerimônia belíssima e de extrema importância para as religiões de matriz africana, de modo a disseminar nossa cultura para toda a sociedade”.
Para o babalorixá Carlito de Oxumaré, que presidiu o ritual, o acontecimento rompeu as fronteiras geográficas do Candomblé. “Além de mostrar que o Candomblé, ao contrário do que se pensa, encontra-se muito bem instalado fora do eixo Bahia - São Paulo - Rio de Janeiro, conseguimos mostrar a toda a sociedade que o povo de santo tem uma cultura abrangente e completa, somos sacerdotes tanto quanto os de qualquer outra religião, temos em nossa cultura rituais para casamentos, batizados, rituais fúnebres, entre tantos outros”, ressaltou.
CASAMENTO DE IGUAIS – Adepto praticamente da religião, Junut lembra que o casamento no Candomblé não tem preconceitos. Em abril de 2008 a união do jornalista da Rede Tv! Felipeh Campos, de 34 anos, e do produtor de moda Rafael Scapucim, de 26, ganhou manchetes dos veículos de comunicação de todo o Brasil. A cerimônia realizada pelo babalorixá Cido de Oxum e teve repercussão quebrando os paradigmas sociais por unir um casal homosexual nos preceitos da religião de matriz africana, o Candomblé. No decorrer da cerimônia o babalorixá Cido disse: "A partir de hoje a história será outra, quando as pessoas abrirem as páginas dos jornais e verem que dois iguais se casaram, elas vão entender, e vai haver mais respeito".
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Postado por: Marco Eusébio, 19 Maio 2011 às 11:08 - em: Principal