Carta aberta de uma mãe especial de MS às autoridades em tempos de pandemia
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"Caros amigos detentores do saber jurídico e nossos representantes,
Sou Viviane Amendola da Motta Salomão. Para quem não me conhece, tenho um filho especial (paralisia cerebral) e, como mãe, venho fazer uma solicitação.
As crianças especiais ainda não podem se vacinar, porém, quem as cuida, mães ou pais, avôs ou avós, estão morrendo de Covid.
Quem cuida de uma criança especial passa todos os dias da vida em fisioterapeutas, fonoterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, neurologistas, muitas e muitas vezes passamos dias em hospitais (pela quantidade de intercorrências que a criança sofre).
Somos um público que não pode falhar, não podemos deixar de atender nossos filhos com as questões de saúde que eles demandam, somos um pouco mãe, um pouco médicas, um pouco enfermeira e estamos correndo risco!
Sabemos que todos nós temos medo de partir e deixar aqui quem nós amamos, mas o maior medo de uma mãe especial é partir e deixar em vida uma criança que demandará cuidados que só quem tem por perto uma criança nessas condições entende. Temos medo até termos uma gripe; agora, pensar em adoecer e faltar para quem precisa tanto, é desesperador.
Por esse motivo, venho levantar a bandeira para abrangermos a vacinação para pelo menos um 'cuidador familiar' da criança especial como público de risco.
Desde já agradeço a sua atenção e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos,
Atenciosamente."
Nota do editor: Viviane Amendola da Motta Salomão, mãe especial do Pedro Henrique, moradora em Campo Grande, é casada com o advogado Marcelo Salomão, atual superintendente do Procon-MS.
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Postado por: Marco Eusébio, 11 Maio 2021 às 12:40 - em: Principal