Cabelos contrabandeados viram perucas para pacientes com câncer em presídio da Capital
Agepen
Cabelos contrabandeados, apreendidos pela Receita Federal, estão sendo transformados em perucas para pacientes em tratamento contra o câncer, por detentas do Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande. O projeto em parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) tem como objetivo produzir cerca de mil perucas com os cabelos repassados pela Receita Federal, que será responsável pela distribuição das peças. Além dos cabelos, outros insumos são necessários para a produção, como telas e linhas, custeados pela própria unidade prisional por meio da venda de produtos produzidos no Setor de Artesanato do presídio.
O delegado regional da Receita Federal, Zumilson Custódio da Silva, diz que Mato Grosso do Sul serve como rota de cabelos contrabandeados da Ásia com destino aos grandes centros brasileiros e que a apreensão cresceu 800% em um ano: foram quase 1900 kg no ano passado, quase cinco vezes mais que 200 kg em 2022. "Temos uma grande fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, é um produto fácil de ser transportado, com alto valor agregado e a cada dia mais demandado no mercado da beleza", afirma Silva.
A diretora do estabelecimento penal, Mari Jane Boleti Carrilho, diz que além de contribuir para a sociedade, o trabalho proporciona ocupação produtiva para as reeducandas, permitindo-lhes remir um dia de pena a cada três dias de serviço prestado. Uma das internas que participam da confecção é A. L. S. S., que que diz ter entrado em depressão quando enfrentou o câncer e perdeu seus cabelos, mas agora encontra gratificação em ajudar outros que passam pelo mesmo desafio. "Quando fiquei careca, entrei em depressão, não tinha vontade de fazer nada. Agora posso com meu trabalho ajudar quem está passando pelo que passei e isso é muito gratificante", afirma. (Com Agência MS)
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Postado por: Marco Eusébio, 27 Março 2024 às 10:40 - em: Principal