O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, negou na noite anterior o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que o ministro Alexandre de Moraes fosse impedido de atuar no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado. Na petição feita na semana passada, a defesa alegou que Moraes não poderia ser interessado e ao mesmo tempo juiz do caso, já que aparece nas investigações como alvo dos supostos golpistas. Barroso afirmou que o pedido feito pelos advogados foi “deficiente”, pois “não houve clara demonstração de qualquer das causas justificadoras de impedimento”, e arquivou a solicitação.

 

Em paralelo, Barroso também negou outros 191 pedidos para afastar Moraes da relatoria dos inquéritos sobre o 8 de janeiro do ano passado, quando a sede dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas. Todos os pedidos foram apresentados em separado pelas defesas de réus e investigados, sob o mesmo argumento de que Moraes admitiu, em entrevista, que era alvo prioritário dos golpistas, o que o tornaria interessado direto no caso e o impediria de atuar como juiz. Assim como no pedido de Bolsonaro, o presidente do Supremo disse que a argumentação é insuficiente. Para Barroso, nenhum dos pedidos “demonstrou, minimamente, de forma clara, objetiva e específica, o interesse direto no feito por parte do Ministro alegadamente impedido”. (Com Agência Brasil)