Aut viam Heitor Freire (*)

Aut viam

A história é pródiga em grandes momentos históricos que se constituem em lições de vida quando devidamente entendidos, interpretados e transformados em ação permanente.
 
Um desses momentos aconteceu há mais de 2.200 anos e foi protagonizado por Aníbal, o grande general de Cartago (na atual Tunísia), considerado um grande estrategista militar por suas ações vitoriosas e sua criatividade em encarar e vencer situações adversas e aparentemente impossíveis de se conquistar.
 
Aníbal foi o general mais ativo da Segunda Guerra Púnica, na qual realizou um dos mais audazes feitos militares da Antiguidade: partindo da Hispânia com seu exército, que incluía 38 elefantes de guerra, atravessou os Pireneus e os Alpes com o objetivo de conquistar o norte da Itália. Ao idealizar a invasão da Europa com a finalidade de tomar Roma, foi informado pelos seus assessores de que não havia meios de passar pelos Alpes e os Pireneus, uma região montanhosa e inóspita que representava, aparentemente, um obstáculo intransponível para seu Exército.
 
Na reunião histórica em que decidiu ir em frente, disse aos seus comandados: Aut viam, inveniam aut faciam (Encontrem o caminho ou então façam um).
 
Com sua obstinação, Aníbal nos legou um ensinamento que tem norteado o caminho daqueles que não se submetem aos obstáculos que surgem na vida.
 
Com criatividade, persistência e perseverança, podemos tomar esse exemplo e contornar as barreiras para atingir nossas metas. 
 
Como é difícil fazer com que as pessoas aceitem um caminho novo, com que saiam daquilo que está determinado, que trilhem novos caminhos.
 
Há um ensinamento esotérico muito claro e objetivo que orienta as ações dos discípulos:
 
“Precisamos de auxiliares capazes de pensar com independência e de julgar por si mesmos, e não propensos a obedecer cegamente.
 
Confiai em vosso próprio eu.
 
Deveis ter confiança em vós e em nós – e não caminhar ao sabor das opiniões e pensamentos alheios, sejam de quem for. Eles podem ser muito bons para quem os tiver emitido: vós, porém, deveis confiar em vosso Deus interno.
 
     Confiai em vossos próprios poderes e tornai-os mais positivos.
 
     Não deveis pela dúvida enfraquecer os vossos próprios poderes.
 
     Confiai na vossa intuição – que vos não falhará, se a alcançardes.
 
     Se perderdes a confiança em vós mesmos – perdereis a confiança em nós”.
 
Se quisermos encontrar e ativar a nossa própria energia, devemos nos concentrar em nosso coração, sede da nossa consciência, que é um atributo do nosso espírito. E é da consciência que brota o discernimento, a faculdade que nos permite distinguir o que queremos e o que não queremos fazer. A questão é que a maioria das pessoas não se dá conta disso. E fica perdida sem encontrar uma saída para seus próprios dilemas.
 
A linguagem é o meio criado para nossa comunicação, e é por meio dela que manifestamos a nossa vontade e o nosso pensamento. O monsenhor e escritor Juvenal Arduini, em seu livro Destinação Antropológica, escreveu: “Possuir linguagem eficiente é obrigação de todo humano... e que a linguagem não é só verbalização, mas também expressão corporal e conduta, ou seja, esta verbalidade antropológica que compendia o conteúdo do universo humano. Não é só o que dizem os homens, mas principalmente o que são, o que fazem, como vivem e se relacionam que os caracterizam”.
 
Assim, penso que devemos nos propiciar um encontro íntimo, que para ser produtivo deve ser constante, diário mesmo, onde iremos encontrar os meios necessários para o nosso autoconhecimento e para a nossa evolução. Não pode ser de quando em quando, deve ser de quando em sempre!
 
“Aut viam, inveniam aut faciam”
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 15 Fevereiro 2025 às 09:15 - em: Falando Nisso


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