Wagner Cordeiro Chagas (*)
As eleições 2006 em MS
O ano de 2006 marcou o último dos 8 anos da gestão petista de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Diferente do início, o fim daquela gestão apresentou algumas situações de dificuldades políticas e econômicas. Em relação à política, havia uma expectativa, desde meados de 2005, de que o governador renunciaria ao cargo para disputar o Senado, em 2006. Em seu lugar assumiria o vice-governador Egon Krakhecke (PT).
No entanto, uma crise econômica decorrente de um surto de febre aftosa no estado gerou queda nas receitas e Zeca, alegando que precisaria administrar aquela situação, optou por continuar e concluir o mandato.
Sob esse contexto ocorreu o pleito eleitoral de 2006 para presidente da República, governador, deputado estadual, deputado federal e senador. Líder nas pesquisas de intenção de votos desde que deixara as funções de prefeito de Campo Grande no ano de 2004, André Puccinelli (PMDB) concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul com o então senador Delcídio do Amaral (PT) – que havia ficado famoso no Brasil por presidir a CPI dos Correios. Os demais candidatos ao governo foram: Carlito Dutra (PSOL), Elizeu Amarilha (PSDC) e Tito Lívio Canton (PV).
Sem dificuldades e com uma grande coligação política que envolvia desde antigos apoiadores da gestão Zeca a legendas de direita, e também um de seus maiores rivais políticos, o deputado Londres Machado, o médico André Puccinelli, nascido na Itália e criado no Brasil, elegeu-se governador do estado logo no primeiro turno. Popular por governar Campo Grande de 1997 a 2004, André Puccinelli era herdeiro político do ex-governador Wilson Barbosa Martins (PMDB) e ferrenho rival político de Zeca, de quem recebeu a faixa de governador em 2007.
Para deputado estadual foram escolhidos, pelo PMDB: Ari Artuzi, Marquinhos Trad, Jerson Domingos, Youssif Domingos, Júnior Mochi, Carlos Marun e Akira Otsubo. Pelo PT: Paulo Duarte, Pedro Kemp, Amarildo Cruz e Pedro Teruel. Do PDT: Ary Rigo, Onevan de Matos e Antônio Braga. O PSDB elegeu Reinaldo Azambuja e Dione Hashioka. O PL foi representado por Londres Machado, Antônio Carlos Arroyo e Paulo Corrêa. Os seguintes deputados foram eleitos cada um por uma sigla: Zé Teixeira (PFL), Maurício Picarelli (PTB), Professor Rinaldo (PT do B), Coronel Ivan (PSL) e Marcio Fernandes (PRTB).
Para deputado federal elegeram-se, pelo PMDB: Waldemir Moka e Nelson Trad. Do PT: Vander Loubet e Antônio Carlos Biffi. Os demais foram: Dagoberto Nogueira (PDT), Waldir Neves (PSDB), Geraldo Resende (PPS) e Antônio Cruz (PP).
Ao Senado Federal foi eleita a primeira mulher de Mato Grosso do Sul para aquela Casa, a ex-deputada Marisa Serrano (PSDB). Ela concorreu com Egon Krakhecke (PT), João Leite Schimidt (PDT), Anita Borba (PSOL), Carlos Leite (PV), Suel Ferrante (PSTU) e Ionaldo Arce (PRONA).
Para presidente da República foi reeleito, em segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, perdeu em Mato Grosso do Sul para Geraldo Alckmin (PSDB).
(*Wagner Cordeiro Chagas é mestre em História pela UFGD e professor em Fátima do Sul, pesquisa sobre história política de MS desde 2007 e é autor do livro “As eleições de 1982 em MS” - 2016)
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Postado por: Wagner Cordeiro Chagas (*), 19 Outubro 2018 às 13:00 - em: Falando Nisso