Uma confusão envolvendo Anderson Silva e seu ex-companheiro de treinos José ´Pelé` Landy (juntos na foto), em Curitiba, ganhou destaque na mídia especializada em lutas ontem. O cubano radicado no Brasil disse que encontrou o "Aranha" correndo e foi tirar satisfações sobre passagens em que foi citado na biografia do lutador (versão do campeão do UFC sobre episódio em que Pelé teria dado um banho nele Anderson e em sua filha ao passar de carro em uma poça) e os dois teriam quase chegado às "vias de fato". Pelé é apontado como o principal responsável pelo crescimento da Chute Boxe, academia que ficou mundialmente reconhecida após revelar astros do MMA como Wanderlei Silva, Maurício Shogun e Anderson Silva. Ele também já enfrentou e venceu nomes como Jorge Patino e Matt Hughes.
Assessores de Anderson Silva negaram a confusão à Ag. Fight. “Esse cara é maluco. Ele tentou se aproximar do Anderson. Os seguranças bloquearam ele. Nem teve assunto. Ele estava correndo com o Edelson (Silva, treinador de boxe do Anderson) e tudo aconteceu muito rápido, Não houve nada além disso”, afirmou Hebert Mota, assessor pessoal de Spider. Pelé, entretanto, em entrevista à Marcel Alcântara, da Ag. Fight, diz que assim que tentou falar com Silva, seguranças, alguns armados, cercaram o lutador. Ele admite que o que pretende mesmo é lutar com Silva.
Leia a íntegra:
P - Pelé, como foi a confusão com o Anderson Silva? O que aconteceu?
Pelé - Pois é, a gente se encontrou e deu essa confusão. Eu tive que perguntar pra ele essas coisas que ele falou de mim. Eu quero lutar com ele. A gente deve isso para Curitiba. A cidade tinha dois cinturões do UFC até pouco tempo atrás. Eu fui o primeiro a mostrar Curitiba nacionalmente e internacionalmente. Quando tiver um evento aqui, eu tenho que lutar contra ele.
P - Você acha que o UFC teria interesse em te contratar?
Pelé - O UFC deveria me contratar. Se for em Curitiba, o UFC tem que me dar essa oportunidade. Já ganhei do Pat Miletich quando ele era campeão do UFC e do Matt Hughes quando estava em ascensão. Eu saí na mão com o Chuck Liddell sem regra nem nada. Eu sou clássico, e clássico é clássico. No Fla-Flu, se um deles está na segunda divisão, não interessa, porque clássico é clássico.
P - Você sabia que o Anderson estava em Curitiba, sabia que ele estava por aí ou foi por acaso que o encontrou?
Pelé - O bairro é meu. Eu fui o primeiro aqui. Tem os outros caras que moram aqui, que migraram, mas o bairro é meu. Eu o vi, estava dentro do carro e o vi. Poderia ir embora, mas e o meu espirito? Como fica o meu espírito? Eu fiz o retorno e fui pra cima. Fui perguntar pra ele o que ele quis dizer com aquele negócio de molhar a filha dele.
P - A sua ideia era lutar com ele ali mesmo?
Pelé - Não. Esse negócio de briga não dá certo. Eu só estou perguntado a ele o que ele quis dizer. Estou desafiando. Eu parei o carro, coloquei a chave de baixo do tapete e fui falando com ele. Ele não me ouviu porque estava de fone. Aí eu fui até ele.
P - O que ele disse?
Pelé - Fez nem aí com o ombro, como quem diz "fod...". Aí, eu: "fod... você" e fui pra cima. Já fomos em base de luta e um pra cima do outro.
P - Como foi que terminou a briga? Quem apartou?
Pelé - Ninguém apartou. Um cara lá tentou dizer alguma coisa, mas eu disse "aqui quem manda sou eu e você sabe disso". Nisso, encheu de segurança e gente com revólver pra tudo quanto é lado. Mas eu não parei de falar, não. Ele me chamou de maloqueiro quando estava atrás de policial ou segurança, sei lá. Eu falei: "é fácil falar atrás de nego armado, né?". Aí ele ficou bravo, deu um chacoalho no cara e falou: "deixa eu treinar". Meteu o fone no ouvido de novo e foi correr.
P - Você acha que ele ter ido treinar em Curitiba era uma espécie de provocação?
Pelé - Não, não. O Anderson é daqui. Ele sempre treinou aqui uma ou duas semanas antes de lutar. E ele tem que fazer isso mesmo.