Agosto, mês de desgosto? Heitor Freire (*)

Agosto, mês de desgosto?

Agosto é o oitavo mês do calendário gregoriano, assim denominado em homenagem ao imperador César Augusto, filho adotivo do imperador Júlio César.
 
Todos os meses do ano, cada qual com suas características específicas – estação do ano, signos astrológicos, crenças populares, épocas de plantio, de colheita, etc. –, acabam consolidando definições que se incorporam à memória popular e à tradição, algumas até sem fundamento, criando certas superstições.
 
Na tradição portuguesa, nos tempos das viagens colonizadoras, não era aconselhável que se casasse no mês de agosto, porque nesse período os navios saíam à procura de novas terras e nem sempre os homens voltavam; portanto, não era aconselhável às moças que se casassem nesse mês, criando a crença de que “casamento em agosto, casamento de desgosto”. Isso pode ter sido uma das causas desse ditado infeliz.
 
No Brasil, dois acontecimentos importantes ajudaram a reforçar essa crença: o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954 e a renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1960, fatos que marcaram de forma dramática nossa história recente.
 
Na realidade, hoje essa tradição está praticamente extinta. Agosto não tem nada de negativo, ao contrário, nesse mês comemora-se a passagem do Sol pelo signo de Leão, o quinto signo do zodíaco, justamente regido pelo astro-rei, o Sol. Leão é o signo que simboliza o amor, nossos corações e nossas paixões.
 
Nada mais prejudicial às nossas mentes e ao nosso processo evolutivo do que ficarmos presos a superstições; devemos todos lutar contra crenças limitantes e simplesmente mudar nosso ponto de vista em relação a elas. Lembremos sempre que nossos pensamentos dirigem nossas ações e sentimentos, portanto, entender que não há nada de errado com o mês de agosto pode ser o início de um processo de desconstrução de crenças equivocadas que trazemos dentro de nós.
 
Particularmente, eu mesmo tenho uma ligação afetiva com o mês de agosto, porque nesse mês se comemoram três datas muito importantes para mim:
 
Dia 11 é o Dia do Advogado. Fiz parte da primeira turma de direito do novo estado de Mato Grosso do Sul, em 1979, na antiga Fucmat, hoje Universidade Católica Dom Bosco, há 43 anos;
 
Dia 20 é o Dia do Maçom. A iniciação maçônica se constituiu num divisor de águas em minha vida. Foi uma cerimônia que me produziu uma transformação interior muito significativa, abrindo minha mente e meu coração para um ensinamento esotérico da mais alta espiritualidade, que desde então e para sempre se constituiu num parâmetro e num norte verdadeiro para meus atos, sentimentos e pensamentos;
 
Dia 27 é o Dia do Corretor de Imóveis, atividade que abracei em 1973, permitindo-me uma participação ativa na sociedade e no mercado imobiliário campo-grandense, e também nas entidades representativas da profissão, como o Sindicato dos Corretores de Imóveis, do qual fui fundador e primeiro presidente eleito, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 14ª Região, do qual fui fundador e membro do conselho por 24 anos, da Câmara de Valores Imobiliários, da qual fui fundador e presidente instalador, exercendo o mandato por 7 anos consecutivos, e também do Secovi – Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis –, do qual fui fundador e vice-presidente.
 
Assim, o mês de agosto merece minha mais profunda gratidão e homenagem permanente.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 27 Agosto 2022 às 08:00 - em: Falando Nisso


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