A questão da crítica Heitor Freire (*)

A questão da crítica

O ser humano tem uma característica comum, inerente a todos: o senso crítico. Refiro-me à crítica no sentido de julgamento ou opinião sobre algo ou alguém, geralmente de caráter negativo, embora, de modo geral, possa se referir também ao ato de opinar tanto de forma favorável como desfavorável, como é o caso da crítica profissional, no campo das artes e entretenimento. 
 
Alguns indivíduos parecem ter inclinação para criticar e fazer julgamento alheio, independentemente da situação. Embora fazer uma crítica em si não seja ruim, criticar os outros com frequência pode deixar um gosto amargo na boca. 
 
Uma crítica sem propósito pode causar mais mal a quem as faz do que a quem as recebe. E quando emitida com raiva, ou forte emoção, só aumenta a sensação de mal-estar.
 
Quebrar esse hábito não é fácil, mas é necessário, indispensável para a boa saúde mental.
 
Às vezes parece que o ser humano foi criado para isso, tal a incidência dessa prática no comportamento da grande maioria das pessoas. E isso concorre muito para a mostrar a sua fragilidade.
 
Eu aprendi a olhar para dentro, dentro da minha individualidade. Sou um ser único. Esse aprendizado me ensinou a não comparar me com ninguém. E também me ensinou a respeitar os outros.
 
Um ensaio crítico no campo da arte, seja em relação a uma obra musical, visual, literária ou científica, é um trabalho profissional. O que se constitui num hábito desagradável é quando a ação descamba para a apreciação negativa sobre o comportamento das pessoas, vira fofoca, quando se aponta ou ressalta as imperfeiçoes de alguém.
 
Como disse Abraham Lincoln, “Só tem direito a criticar aquele que pretende ajudar”. 
 
Em minhas leituras recentes, me deparei com a palavra “sindérese”, que eu não conhecia. Ela é a antítese da crítica nefasta, porque representa uma capacidade espiritual inata, espontânea e imediata para apreensão dos primeiros princípios da ética, capaz de oferecer intuitivamente uma orientação para o comportamento moral. Sindérese também pode ser definida como a faculdade inata de julgar com retidão; discrição, juízo, bom senso, ponderação, circunspecção. 
 
Segundo a Teologia, sindérese é o estado de contrição e de moralidade, inerente a toda ação humana consciente.
 
Filosoficamente, é a aptidão natural para a apreensão imediata dos princípios morais e éticos que devem orientar o comportamento humano.
 
Ou seja, o comportamento que se espera naturalmente de todos.
 
“Quem conhece a fundo a vida íntima do homem é o espírito do homem que está dentro dele” (I Corintíos 2:11). Seguindo o ensinamento de São Paulo, podemos identificar a sindérese com “o espírito do homem”.
 
Para isso, a consciência necessita de educação, já que o dado natural não é suficiente para garantir a ação reta. Dessa forma, São Paulo enfatiza o significado de uma consciência antecedente, tendo esse o papel de um exame reflexivo que é a causa daquilo que o homem deve fazer, isto é, a consciência não se limita a repetir e aplicar a lei, mas deve reinterpretá-la segundo as exigências de cada nova situação que surge no curso das ações humanas.
 
O que resulta é que a sindérese se contrapõe à crítica ligeira e mal intencionada.
 
Assim, até para a nossa evolução mental e espiritual, devemos conscientemente aprender a evitar a crítica ligeira e inconsequente e fazer como ensinou São Paulo, utilizar o “o espírito do homem”.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)O ser humano tem uma característica comum, inerente a todos: o senso crítico. Refiro-me à crítica no sentido de julgamento ou opinião sobre algo ou alguém, geralmente de caráter negativo, embora, de modo geral, possa se referir também ao ato de opinar tanto de forma favorável como desfavorável, como é o caso da crítica profissional, no campo das artes e entretenimento. 
 
Alguns indivíduos parecem ter inclinação para criticar e fazer julgamento alheio, independentemente da situação. Embora fazer uma crítica em si não seja ruim, criticar os outros com frequência pode deixar um gosto amargo na boca. 
 
Uma crítica sem propósito pode causar mais mal a quem as faz do que a quem as recebe. E quando emitida com raiva, ou forte emoção, só aumenta a sensação de mal-estar.
 
Quebrar esse hábito não é fácil, mas é necessário, indispensável para a boa saúde mental.
 
Às vezes parece que o ser humano foi criado para isso, tal a incidência dessa prática no comportamento da grande maioria das pessoas. E isso concorre muito para a mostrar a sua fragilidade.
 
Eu aprendi a olhar para dentro, dentro da minha individualidade. Sou um ser único. Esse aprendizado me ensinou a não comparar me com ninguém. E também me ensinou a respeitar os outros.
 
Um ensaio crítico no campo da arte, seja em relação a uma obra musical, visual, literária ou científica, é um trabalho profissional. O que se constitui num hábito desagradável é quando a ação descamba para a apreciação negativa sobre o comportamento das pessoas, vira fofoca, quando se aponta ou ressalta as imperfeiçoes de alguém.
 
Como disse Abraham Lincoln, “Só tem direito a criticar aquele que pretende ajudar”. 
 
Em minhas leituras recentes, me deparei com a palavra “sindérese”, que eu não conhecia. Ela é a antítese da crítica nefasta, porque representa uma capacidade espiritual inata, espontânea e imediata para apreensão dos primeiros princípios da ética, capaz de oferecer intuitivamente uma orientação para o comportamento moral. Sindérese também pode ser definida como a faculdade inata de julgar com retidão; discrição, juízo, bom senso, ponderação, circunspecção. 
 
Segundo a Teologia, sindérese é o estado de contrição e de moralidade, inerente a toda ação humana consciente.
 
Filosoficamente, é a aptidão natural para a apreensão imediata dos princípios morais e éticos que devem orientar o comportamento humano.
 
Ou seja, o comportamento que se espera naturalmente de todos.
 
“Quem conhece a fundo a vida íntima do homem é o espírito do homem que está dentro dele” (I Corintíos 2:11). Seguindo o ensinamento de São Paulo, podemos identificar a sindérese com “o espírito do homem”.
 
Para isso, a consciência necessita de educação, já que o dado natural não é suficiente para garantir a ação reta. Dessa forma, São Paulo enfatiza o significado de uma consciência antecedente, tendo esse o papel de um exame reflexivo que é a causa daquilo que o homem deve fazer, isto é, a consciência não se limita a repetir e aplicar a lei, mas deve reinterpretá-la segundo as exigências de cada nova situação que surge no curso das ações humanas.
 
O que resulta é que a sindérese se contrapõe à crítica ligeira e mal intencionada.
 
Assim, até para a nossa evolução mental e espiritual, devemos conscientemente aprender a evitar a crítica ligeira e inconsequente e fazer como ensinou São Paulo, utilizar o “o espírito do homem”.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 12 Agosto 2023 às 09:15 - em: Falando Nisso


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