A linguagem universal Heitor Freire (*)

A linguagem universal

Atualmente, a ONU, Organização das Nações Unidas, reconhece a existência de 193 países soberanos, e agrega mais dois, considerados países observadores: a Palestina e o Vaticano. Esses países, segundo uma pesquisa realizada pelo Ethnologue (uma publicação alinhada com o  SIL International, instituição linguística de princípios cristãos que estuda línguas minoritárias para proporcionar a seus falantes textos bíblicos na língua materna) abrangem nada menos do que 7.139 idiomas. Somente os países do continente africano e asiático somam 62% das línguas faladas ao redor do globo.
 
Há muito tempo se tenta difundir uma língua que seja considerada universal, como é o caso do esperanto, que infelizmente não vingou.
 
O esperanto é uma língua artificial que nasceu oficialmente em 1887, a partir da publicação do livro Internacia Lingvo, ou na tradução livre, língua internacional. A obra foi publicada sob o pseudônimo de Doutor Esperanto, mas sabe-se que seu criador foi um médico polonês chamado Ludwig Zamenhof, que tinha apenas 27 anos de idade quando lançou ao mundo sua ideia revolucionária. Esperanto significa “aquele que tem esperança”.
 
A ONU, por meio da Unesco, reconhece o esperanto como uma língua legítima desde 1954. Inclusive, a entidade recomenda seu ensino a todos seus países-membros desde 1984. O esperanto é a língua planejada mais conhecida no mundo.  É um idioma que vai além de qualquer fronteira geográfica, e há estimativas de que mais de 2 milhões de pessoas em 120 países tenham aprendido esse idioma. No entanto, ela é muito pouco falada mundo afora.
 
Existe também a linguagem de sinais para os deficientes auditivos. Pouca gente sabe, mas cada país possui a sua própria língua de sinais. Ou seja, se um surdo brasileiro viajar ao exterior, só vai conseguir se comunicar com uma pessoa surda local se souber a língua de sinais daquele país. No Brasil, temos a libras (sigla para língua brasileira de sinais). Os sinais variam de país para país porque eles nascem de acordo com a cultura local, assim como acontece com as línguas faladas.
Mundialmente, a língua mais falada é o inglês, seguida pelo mandarim, depois o hindi, e por fim o espanhol.
 
Tantos países com tantas etnias, tantas línguas diferentes, têm, no entanto, uma linguagem comum e universal: o amor, cujo fundamento foi magistralmente exposto por Jesus e consagrado por Paulo, em sua primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13. Amor que se materializa pelo sorriso. O desabrochar de um sorriso, em qualquer parte do mundo, aciona um mecanismo interior e espiritual que cria, automaticamente, uma ligação, uma empatia que estabelece uma comunicação instantânea entre as pessoas, independentemente de idade, classe social, cor ou o que quer que nos separe.
 
Outro dia, conversando com minha sobrinha Lúcia, que já viajou por vários países, como Tailândia, Itália, Inglaterra e outros, perguntei se ela falava inglês. E ela disse que não. Então perguntei de novo, que língua, afinal, além do português, ela falava. E ela: nenhuma. Como faz então, para se comunicar? E ela disse: “Com a linguagem do sorriso”. E ela realmente tem um sorriso lindo e contagiante.
 
Saint-Exupéry, o autor de O Pequeno Príncipe, escreveu: “No momento em que sorrimos para alguém, o descobrimos como pessoa e a resposta desse sorriso significa que nós também somos pessoas para ele”.
 
O sorriso é uma linguagem universal que vem direto do coração. O sorriso é o nosso grande trunfo, demonstra afeto, bom humor, leveza, cortesia, educação, amabilidade, autoconfiança, e abre muitas portas. Acima de tudo, sorrir rejuvenesce mais do que cirurgia plástica, além de ser muito mais barato.
 
O sorriso é a principal ferramenta de comunicação não verbal que uma pessoa pode ter para transmitir confiança.
 
Ao sorrir utilizamos menos músculos que ao contrair a face. Então que seja por economia, vamos sorrir mais. O riso é, muitas vezes, uma maneira de encarar a vida de forma positiva. Rir relaxa as tensões. Quando sorrimos movimentamos 12 músculos faciais; ao dar gargalhadas movimentamos 24 músculos.
 
Se sorrir pode acionar apenas 12 músculos, saiba que você precisará consumir mais energia se quiser demonstrar descontentamento. A razão disso é porque você precisará de 62 músculos apenas para franzir o rosto para parecer chateado, desanimado, aborrecido.
 
Um pequeno gesto como o sorriso enriquece quem o recebe sem empobrecer quem o oferece; não custa nada e vale muito; dura somente um instante, mas os seus efeitos são duradouros, porque ficam na memória; ninguém é tão rico que não precise dele e nem tão pobre que não o mereça; um bom sorriso leva felicidade a todas as partes; é símbolo de amizade, boa vontade, é um alento para os desanimados.
 
“Sorria, mesmo que seu sorriso seja triste,
Porque mais triste que um sorriso triste,
É a tristeza de não saber sorrir.” (Autor desconhecido)
 
A vida é um espelho. Ao sorrirmos, irradiamos para todos, confiança, fé, amor, alegria e prosperidade. Enfim, tudo de bom.
 
A humanidade está carente de um bom sorriso. Vamos contribuir, distribuindo de graça sorrisos para todos os lados. Motivos é que não faltam.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 14 Outubro 2023 às 08:00 - em: Falando Nisso


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