A história do Scooby no jornalismo de Campo Grande...
Diogo Gonçalves/Prefeitura de CG
Depois de décadas na assessoria de comunicação da Prefeitura de Campo Grande, passando por várias gestões de prefeitos, nosso colega Emídio Denardi se aposentou. O conheci na assessoria municipal na adolescência, quando ele ia trabalhar pedalando de bike do Jardim Imá (bairro vizinho ao Terminal Júlio de Castilhos) ao Paço Municipal. Só soube seu nome tempos depois, pois só o chamávamos de Scooby Doo. Abaixo, ele próprio conta essa história...
Por Emídio Denardi (*)
Na minha história, o jornalista Marco Eusébio faz parte. Trabalhamos na gestão do prefeito Levy Dias, Marcos era responsável pelas notas de rádios. Eu as encaminhava por meio do Telex.
Na década de 1980, as notícias da Prefeitura chegavam nas redações em um envelope entregue de bicicleta, moto, automóvel e às vezes por telex.
Minha história na comunicação começou na Rádio Educação Rural em 1979. Fui guarda-mirim naquela epoca e trabalhava lá como office boy. Quando não estava na rua entregando documentos ou fazendo cobranças, ficava na recepção para atender o telefone. Num dia desses, em 1979, a primeira-dama Marilene Coimbra foi à rádio e me convidou para trabalhar na assessoria de imprensa municicipal na função de mensageiro.
Na década de 1980, na prefeitura, minha função inicial foi de ir todos os dias nos diários pegar os jornais e entregar nas secretarias, todas concentradas no Paço Municipal. Além de buscar jornais eu fazia o recorte das notícias colava numa folha e entregava para o prefeito ler. Era o clipping da época. Isso era feito com os jornais Correio do Estado, Diário da Serra e Jornal da Manhã, estes dois últimos já extintos.
No período da tarde, lá pelas 15 horas, era a vez de entregar as notícias da prefeitura para a imprensa. A gente chamava de boletim informativo, hoje chamado de release. Este trabalho era feito de bicicleta percorrendo uns 30km diários. Nos dias de chuva um motorista me levava para entregar o material datilofragado e com fotos em um envelope nas redações dos principais jornais diários, semanários, revistas, TVs e rádios que, na década de 80, chegavam a uns 25 veículos de comunicação em Campo Grande.
Da bike, passei a fazer o trabalho de motocicleta, o que melhorou para mim e os editores, pois o material do Município chegava mais cedo nas redações. Depois de um tempo, entendi que não era uma simples matéria que estava dentre do envelope. Se tratava da história de Campo Grande, dos serviços públicos escritos por grandes talentos do jornalismo e também as fotografias, feitas em filme, reveladas (com minha ajuda) e impressas em papel. Eram imagens únicas fotografadas por Sebastião Guimarães, Roberto Higa e Casemiro.
Também não posso esquecer do Luiz Lands Reynoso de Faria, que foi um grande chefe na Comunicação da prefeitura na gestão Levy Dias. Com ele mudei de função, passei a cuidar da parte administrativa e financeira da assessoria de imprensa por três anos, de 1º de janeiro de 1986 até 31 de dezembro de 1988.
Quando assumiu o prefeito Nelsinho Trad, continuei auxiliando a redação e, em 2003, ingressei na universidade para cursar jornalismo. Formei em 2006 na Uniderp e comecei a escrever, sempre supervisionado pela chefe de redação Mônica Ferreira de Souza. Na função de jornalista trabalhei com Nelsinho e outros prefeitos, até o atual Marquinhos Trad, quando me aposentei.
A minha opção pelo jornalismo é porque eu gosto mesmo da profissão a gente busca a informação e torna público. Para minha formação a universidade acrescentou muito, isso me permite ter uma noção do jornalismo impresso, online, rádio e TV. Foi assim de 1980 até 2021, lá se vão 41 anos de trabalho na imprensa.
P.S.: Scooby foi um apelido que o fotógrafo Silvio Andrade me colocou. Num dia de chuva lá íamos nós entregar o Boletim Informativo. Silvio foi comigo num fusca. Entreguei o material no Correio do Estado, me molhei todo, entrei no carro, cabelos grandes e castanhos molhados. Para do nosso lado uma caminhonete C10 com um cachorro todo molhado na carroceria. O Silvio Inácio olha para mim, olha para o cachorro e grita: Scoobydoooo! Pronto o apelido pegou. Começou na época da gestão do prefeito Levy Dias e foi até a gestão Lúdio Coelho. Com o tempo, deixei de visitar as redações e o Scooby foi esquecido, mas o pessoal da velha guarda ainda me chama assim, como o Fausto Brittes, Roberto Higa, Denilson Secreta, Marco Eusébio, Carlos Lanteri, Benedito de Paula Filho e a Maria Aparecida de Sousa (a Cidinha).
(*Emidío Denardi, o Scooby, é jornalista em Campo Grande)
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Postado por: Marco Eusébio, 17 Agosto 2021 às 13:30 - em: Garimpando Historia