A carona do senador
Reprodução/Arquivo
Do Gaudêncio Torquato nas suas Porandubas Políticas:
"Uma historinha do cacique maranhense Vitorino Freire.
Vitorino estava em casa com gripe e muita febre. Recebeu telegrama do Senado (então no Monroe, na Cinelândia, Rio) para ir urgente a uma reunião da Comissão de Finanças, que dependia de sua presença. Lá fora, chovia para valer. Agasalhou-se, pôs suéter, cachecol, capa, chapéu e saiu para pegar um táxi. Não vinha táxi. Entrou numa farmácia para tomar injeção. Quando tirou a capa e o paletó, apareceu o revólver. Ia passando uma rádio-patrulha, viu, parou, chamou:
– O senhor é policial, tesoureiro, caixa de banco ?
– Não.
– Tem porte de arma ?
– Também não.
– Então o senhor vai ter de ir até o comando da polícia.
Vitorino entrou na RP e eles tocaram para a cidade. Quando chegou na Cinelândia, falou grosso:
– Para aí que vou saltar.
– Não. O senhor vai até o comando.
– Comando coisíssima nenhuma. Vou é para o Senado.
Sou o senador Vitorino Freire.
– Por que o senhor não avisou antes?
– Porque estava precisando de uma carona e não tenho preconceito contra automóveis. Rodou, serve."
(Da verve de Sebastião Nery)
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Postado por: Marco Eusébio, 10 Agosto 2015 às 10:15 - em: Garimpando Historia