Os dados são irrefutáveis. Somos um dos países mais violentos do mundo. Até mais que o Haiti. O Brasil ocupa a 103ª posição no ranking Global da Paz. Nossa taxa de homicídio é 30 vezes maior que a da Europa. Mais de meio milhão de pessoas foram assassinadas na última década. São cerca de 52 mil assassinatos por ano, quase 25 mortes em cada 100 mil, a 12ª maior taxa de homicídios do mundo.
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A pergunta a este consultor é recorrente: o governo Bolsonaro chegará ao final? A questão é suscitada por causa das intempéries – tensões, idas e vindas – que têm caracterizado esses cinco meses de administração federal. Mexo com minhas bolas de cristal, mas não consigo vislumbrar resposta convincente. No limite, aponto o Senhor Imponderável dos Anjos como assíduo visitante ao nosso roçado político-institucional.
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Governantes de todos os quadrantes não raro costumam escolher Deus como escudo. A história está pontilhada de referências a Deus. Em seus 40 anos de reinado, o ditador general Franco, "caudillo da Espanha pela Graça de Deus" referia-se sempre à Providência Divina, conforme passagens de seus discursos, como esta de 1937: "Deus colocou em nossas mãos a vida de nossa Pátria para que a governemos". Os estatutos da Falange Espanhola o declaram "responsável perante Deus e perante a história". Lembrete: a Falange Espanhola, criada em 1933 por José Antônio Primo de Rivera, foi um movimento e um partido político inspirado no fascismo.
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A análise política trabalha com dois conceitos para interpretar fenômenos ligados aos protagonistas da política, sejam pessoas físicas ou jurídicas, políticos ou governos: identidade e imagem. O primeiro se refere à índole dos protagonistas, seu caráter, programas e ações, o que verdadeiramente representam; já a imagem é a projeção da identidade, significando a percepção que deles têm os cidadãos, a maneira como as pessoas vêem os integrantes da esfera política.
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O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) apresentou dia 7, seu relatório sobre a Medida Provisória 870, que tem por objetivo reorganizar a estrutura administrativa do governo. No entanto, o texto que deveria se limitar às mudanças administrativas em ministérios e órgãos da Presidência da República recebeu uma preocupante emenda.
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A história se repete. O presidente Bolsonaro anuncia a intenção de descentralizar investimentos em cursos de filosofia e sociologia, sob o argumento de que o desenvolvimento do país requer carreiras técnicas. Em 1970, o ditador Médici quis fazer uma reforma do ensino médio. Depois de 60 dias, um grupo apresentou um projeto para acabar com o "ensino verbalístico, propedêutico e academizante", substituindo-o por uma formação técnico-profissional capaz de preparar o jovem para ingressar no mercado de trabalho.
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A constatação se escancara a todo o momento: o Brasil padece da síndrome do touro. Em vez de pensar com a cabeça e arremeter com o coração, faz exatamente o contrário. Querem ver? O presidente Bolsonaro ouve os impropérios contra militares em mais um vídeo de Olavo de Carvalho, insere-o em sua rede social, retira-o depois de 20 horas de exposição. Solta uma nota repudiando o libelo acusatório, mas exaltando a figura do guru dos Bolsonaros. O filho Carlos, pondo mais pólvora na fogueira, acaba compartilhando o vídeo com seus seguidores. Síndrome do touro.
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A democracia é um sistema de emissão de sinais. Quando surge algum ruído, é preciso atenção redobrada. Basta a geração de uma disfuncionalidade para degenerar seus mecanismos de sobrevivência. No limite, dependendo do volume do barulho, o processo democrático pode ser interrompido para dar lugar a arroubos autoritários. A história é repleta de exemplos e o Brasil conhece de perto como essas coisas acontecem.
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