A história se repete. O presidente Bolsonaro anuncia a intenção de descentralizar investimentos em cursos de filosofia e sociologia, sob o argumento de que o desenvolvimento do país requer carreiras técnicas. Em 1970, o ditador Médici quis fazer uma reforma do ensino médio. Depois de 60 dias, um grupo apresentou um projeto para acabar com o "ensino verbalístico, propedêutico e academizante", substituindo-o por uma formação técnico-profissional capaz de preparar o jovem para ingressar no mercado de trabalho.
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A constatação se escancara a todo o momento: o Brasil padece da síndrome do touro. Em vez de pensar com a cabeça e arremeter com o coração, faz exatamente o contrário. Querem ver? O presidente Bolsonaro ouve os impropérios contra militares em mais um vídeo de Olavo de Carvalho, insere-o em sua rede social, retira-o depois de 20 horas de exposição. Solta uma nota repudiando o libelo acusatório, mas exaltando a figura do guru dos Bolsonaros. O filho Carlos, pondo mais pólvora na fogueira, acaba compartilhando o vídeo com seus seguidores. Síndrome do touro.
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A democracia é um sistema de emissão de sinais. Quando surge algum ruído, é preciso atenção redobrada. Basta a geração de uma disfuncionalidade para degenerar seus mecanismos de sobrevivência. No limite, dependendo do volume do barulho, o processo democrático pode ser interrompido para dar lugar a arroubos autoritários. A história é repleta de exemplos e o Brasil conhece de perto como essas coisas acontecem.
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A democracia é um jogo de cooperação e oposição. Com jogadas entre contrários. No certame de cooperação, as regras são a persuasão, a negociação, os acordos, a busca de espaços de consenso. Já no jogo de oposição, procura-se medir forças, confrontar o adversário, provocar tensões, desgastar, impor a vontade pela força. Ultimamente, o jogo das oposições não tem sido bem jogado, tanto em função da derrota por elas sofrida no último pleito como pela reclusão do seu principal jogador, o ex-presidente Lula.
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Os desempregados no Brasil somam 13 milhões de trabalhadores. Para 2020, a projeção é de 12,7 milhões. Dados da Organização Internacional do Trabalho. Pelo visto, não haverá grande mudança no painel do emprego. E mais: especialistas demonstram que o desemprego tende a crescer no mundo ante a expansão da automação nos parques fabris e a revolução a que já se assiste no setor de serviços.
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E essa "nova política", hein? Tem condição de ser implantada em nossa cultura? Primeiro, o conceito: nos termos em que o presidente Bolsonaro a defende, significa o abandono da prática do "toma lá dá cá", do jogo de recompensas que é eixo do presidencialismo de coalizão. Como é tradição, partidos que elegem o mandatário-mor se acham no direito (com razão) de indicar quadros para compor a estrutura administrativa.
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Gaudêncio Torquato (*)
Governar com o Parlamento
Postado: 01 Abril 2019 às 13:00 - em: Falando Nisso
O objetivo da política, dentro do preceito aristotélico, é a busca incessante do bem comum. E para alcançar esse ideal, nos termos que ensina Maquiavel, a política carece que seus participantes lutem para conquistar o poder. Só assim terão condições de suprir as demandas e expectativas sociais. Sob essa lição, os representantes políticos agem no sentido de prover meios, instrumentos e condições necessárias para realizar promessas feitas junto às bases que os elegeram, por sufrágio universal, para compor a moldura representativa.
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Discutir pesquisas – se estão certas ou não – é catar pelo em ovo. Não leva a nada. Por isso, tentar desfazer resultados da recente pesquisa do Ibope sobre o governo Bolsonaro sob o argumento de que este e outros institutos escancararam erros durante a campanha eleitoral, é chover no molhado.
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A decadência moral da Humanidade está em curso e se espalha como metástase nos corpos das Nações, embrulhada – pasmem – no celofane de avanços e progressos. Os valores do espírito – a ética, a moral, o respeito aos mais velhos, a proteção às crianças, a verdade, a disciplina, o zelo, a ordem, a solidariedade – são enxotados da paisagem dos costumes para ceder lugar a outros valores, esses cunhados no metal que compra coisas materiais. Aqui e alhures, a ambição reina. A invasão bárbara da modernidade, puxada pela locomotiva da globalização, chega ao centro e ao fundo da sociedade mundial nivelando comportamentos e banalizando desejos.
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