A sociedade de massas está chegando ao seu fim, sob o rolo compressor das mudanças que ocorrem em todos os campos da vida humana. Mesmo se descobrindo, aqui e ali, casos de trabalho escravo, que lembram a era dos feudos, dos impérios e das colônias, com a opressão sobre seres humanos, os nossos tempos são marcados por defesa de direitos, maior autonomia individual e coletiva, aspiração de felicidade. O tacão dos colonizadores é substituído pela chama libertária. E a tendência é a de consolidação de uma comunidade política, onde os anônimos na multidão assumam suas identidades, sob a égide da igualdade.
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A malandragem que se credita ao DNA brasileiro tem sido usada intensamente nesses tempos de epidemia. Os casos são de arrepiar. Em Manaus, duas irmãs gêmeas, filhas de um empresário do ramo da educação, foram exoneradas da Prefeitura por suspeita de terem furado a fila da vacinação. Formadas em medicina no ano passado, nomeadas entre 18 e 19 de janeiro para trabalhar numa Unidade Básica de Saúde, foram as primeiras a receber as vacinas. No Rio de Janeiro, uma idosa de 97 anos foi enganada: a enfermeira foi flagrada pela cuidadora, que viu a agulha sem a dose da vacina no braço da mulher. A malandragem campeia.
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No último século, estamos sendo pautados constantemente sobre assuntos relacionados à saúde mental. E não. Esse não é um bom sinal. Falar sobre isso é importante, mas não por razões como o crescente aumento de casos de depressão, ansiedade, suicídio e outras doenças psicológicas. A sociedade, por si só, não está evoluindo.
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Quanto maior a desarmonia social, mais longe a ideia de encontrarmos o senso comum, esse ponto na régua dos hábitos e costumes vivenciados pela sociedade. Pois bem, estamos atravessando um ciclo de intensa dissonância cognitiva, caracterizada por dúvidas, incertezas, polêmicas, que se formam no espírito de um tempo carregado de desolação. Querelas de toda a natureza se espraiam no espaço nacional, a mostrar as diferenças entre alas e grupos. Em tempos idos, dois temas embutiam conflitos de posições: futebol e religião. Hoje, o campo se alarga com a inserção da política, dos governos e suas gestões e, sem dúvida, da crise sanitária deflagrada pela covid-19 e suas variantes.
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A democracia prevaleceu! Essa foi talvez a principal frase que o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou em seu discurso de início de mandato na semana passada. Isso significou que, apesar de todas as acusações infundadas de fraude, sem provas, o sistema eleitoral americano conseguiu eleger seu 46º presidente sem nenhuma interrupção do sistema democrático desde a independência do país, em 1776.
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É fato inquestionável que a modernização melhorou a base material da civilização. Mas teria contribuído para melhorar as dimensões morais e éticas da Humanidade? A resposta é não. E a argumentação leva em conta aquilo que o professor Samuel Huntington, de Harvard, chama de "paradigma do caos": Estados fracassados, anarquia, repulsa aos princípios democráticos, inclusive no seio das maiores democracias mundiais, caso dos Estados Unidos, quebra da lei e da ordem, ondas de criminalidade, cartéis de drogas, deterioração dos valores da família e assim por diante.
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