Nos parece fora de dúvida que a utilização de imagens de Cristo em situações como a ocorridas na última Parada Gay, em São Paulo, é de extremo mal gosto, reprovada, inclusive, por considerável parte da comunidade LGTB. Mas se sua intenção era chocar, ela atingiu plenamente o seu objetivo, especialmente em razão da reação desproporcional havida por alguns setores da sociedade. Foi surreal, na verdade, mesmo para olhares acostumados a observar a paisagem brasileira, observar a Câmara dos Deputados, por meio de alguns integrantes da sua chamada bancada cristã, protestar contra este ato. Lembra o episódio de Maria Madalena, com a exceção de que neste caso jogaram as pedras.
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O Brasil tem hoje cerca de 500 mil presos, a 4ª maior população carcerária do mundo. Só perde para os Estados Unidos (2,2 milhões), China (1,6 milhões) e Rússia (740 mil). Levantamento feito pela Unicef revela que nos EUA adolescentes foram submetidos a penas previstas para adultos. Os jovens que permaneceram em penitenciárias voltaram a cometer ato infracional quando foram colocados em liberdade.
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Domingo presenciei uma cena emblemática em um desses hipermercados meio shopping de Campo Grande. Na porta de uma lojinha de O Boticário, duas senhoras, vestidas até os pés, com cabelo enormes, claramente evangélicas, faziam o sinal de negativo com a cabeça e comentavam entre si: “Eu gostava desses perfumes, mas, e a propaganda, com homem com homem e mulher com mulher é uma vergonha”, diziam.
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O carnaval inspirava um grande desejo de liberdade, representado pelas modelos que desfilavam em carros alegóricos praticamente, nuas, sem qualquer proteção de uma fantasia. De lá para cá, a sociedade vem passando por alterações e o carnaval, por sua vez, vem seguindo a mesma sorte. O expectador dessa festa perdeu o encanto pelo carnaval “televisionado”, típico da década de 80/90, onde a atração era passar horas assistindo aos passistas desfilar pelas escolas de samba- algo que se tornou monótono e tedioso. A sociedade está desejosa que o carnaval seja curtido de outro modo: que ele seja brincado na rua, de forma espontânea, inclusive, sem a regência de uma banda específica.
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Para a imensa maioria, movimento grevista em setores importantes do dia a dia só aumenta o estoque de desgraças presente e futura. A rigor, greve na iniciativa privada é um problema exclusivo do empresário; no setor público é uma questão da sociedade, que envolve a discussão sobre até que ponto ela está disposta a ficar atirando em seu próprio pé. As greves atuais de médicos e professores que estamos presenciando são justas ou não? Depende do lado que se está.
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Na bela retrospectiva dos grandes feitos empresariais da vida de Jorge Elias Zahran – o seu Jorge, como bem dito por Cláudia Gaigher – no dia de sua morte, faltou seu mais importante legado: na área empresarial é dele também o mérito não apenas pela consolidação da TV Morena como empresa, mas, principalmente, do conceito do jornalismo feito nas emissoras da Rede Mato-grossense de Rádio e Televisão, indiscutivelmente o melhor do Estado.
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A imprensa precisou aprender a investigar crimes complexos (mensalão, Lava-Jato etc), com muitos personagens envolvidos, sempre se respaldando nas informações técnicas do Ministério Público, Polícia Federal, Gaeco e STF, até para se proteger da indústria de ações por danos morais. Mais importante: aprendeu a construir narrativas para facilitar o entendimento dos crimes perpetrados por moradores de altas esferas do poder. Desenho todo cenário para entrar no assunto local: comentar a reportagem-bomba do “Fantástico”, na semana passada, envolvendo o prefeito de Campo Grande, com a cobertura subsequente da TV Morena. Não se fala de outra coisa na cidade.
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Por ter participado da campanha de Bernal em 2012, sempre me fazem essa pergunta: mas por que Bernal escolheu logo o Olarte? A resposta para esse questionamento não é simples, rápida, não é um porque sim. Há uma explicação cheia de nuances, detalhes, com um enredo beirando a um capítulo de romance (policial). Uma trama, arquitetada nos mínimos detalhes.
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O brasileiro do século XXI vive uma crise em busca da conciliação entre aquilo que já está enraizado em sua cultura e aquilo que pode receber o nome de “processo civilizatório”. Explico: há uma tensão entre dois vetores, aparentemente, opostos: por um lado, há aspirações que as leis sejam aplicadas de maneira impessoal e de forma inflexível; por outro lado, há aquilo que os sociólogos chamam de característica típica do brasileiro: o “jeitinho” – modo de proceder do malandro profissional.
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A bola da vez aqui em Mato Grosso do Sul é o prefeito Gilmar Antunes Olarte. Ontem ele ganhou espaço na grande mídia por meio de uma denúncia que ele jura ser infundada. A única pergunta que faço, diante de tudo que irá ocorrer pelos próximos dias, é a seguinte: qual foi o fator determinante que fez com que o ex-prefeito Alcides Jesus Peralta Bernal escolhesse Olarte para ser seu vice? A questão não é trivial. Essa história ainda precisa ser contada.
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