Citando "Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Rodrigo Rocha Loures (em prisão domiciliar), José Yunes, coronel Lima, Wagner Rossi — uma relação de presos que só faz aumentar", o Lauro Jardim observa: ""Michel Temer é um presidente cujo entorno (pregresso ou atual) está quase todo preso. Um caso inédito na República". Em seu blog no O Globo, o jornalista acrescenta: "Fora os que não estão presos, mas estão encrencados na Lava-Jato, como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Difícil imaginar como numa eventual campanha presidencial seu marqueteiro poderá trabalhar esse inédito legado."

Escolhido nesta semana como relator do caso no Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso decidiu hoje abrir inquérito para investigar o presidente Michel Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, o "homem da mala", e os empresários Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, da Rodrimar S/A, por suspeitas de crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. O pedido de investigação foi feito pelo procurador-geral Rodrigo Janot para apurar suspeitas de recebimento de vantagens indevidas dos envolvidos pelo suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do Decreto dos Portos. Para Janot, a edição do Decreto 9.048/2017 "contemplou, ao menos em parte, as demandas" de Loures em favor da Rodrimar.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato e da denúncia da JBS no Supremo, mandou soltar o ex-deputado Rocha Loures, ex-assessor de Michel Temer que foi preso no dia 3 deste mês depois de flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com 500 mil reais que, conforme delação da JBS, seria propina. Conforme Fachin, Loures terá de usar tornozeleira eletrônica e ficar em casa das 20h às 6h e nos fins de semana e feriados. Também não poderá entrar em contato com outros investigados nem se ausentar do Brasil.

O presidente Michel Temer anunciou neste domingo que decidiu transferir Torquato Jardim, ex-ministro do TSE, do Ministério da Transparência para comandar o Ministério da Justiça, no lugar do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Conforme acaba de anunciar Cristiana Lôbo em seu blog na Globo.com, Serraglio, que vinha enfrentando fortes resistências no Ministério da Justiça e é alvo de investigações da Operação Carne Fraca, fica no governo: vai para o Ministério da Transparência no lugar de Torquato. Se Serraglio voltar à Câmara, seu suplente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi afastado do cargo pelo Supremo após flagrado pela PF recebendo uma mala de propina da JBS, perderá o foro privilegiado que mantém seu caso no Supremo e afasta a possibilidade de ser julgado por um juiz da Lava Jato.