Policiais civis de Mato Grosso do Sul resolveram acampar hoje em frente à Governadoria em protesto a falta de reajuste salarial e cobrando outros acordos que afirmam ter sido firmados com o sindicato da categoria e vão permanecer no local até serem atendidos pelo governo. O presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda, diz que o grupo instalou barracas para dormir e banheiros químicos e fez uma escala de rodízio para que o atendimento à população não seja prejudicado durante a manifestação.

A primeira sessão da semana da Assembleia Legislativa de MS foi marcada hoje por protestos e um novo bate-boca em plenário. Reprentantes de sindicatos de servidores ocuparam as galerias contra o "reajuste zero" dos salários e gritavam "olha o boi", "muuuu" e "impeachment" em alusão à denúncia de cobrança de propina de frigoríficos no governo de MS feita por Wesley Batista da JBS para interromper discursos de deputados aliados do governador Azambuja. Na hora de Mara Caseiro (PSDB) falar, o grupo começaram a cantar uma versão de "boi da cara preta", irritando a deputada, que acusou o PT de influenciar as manifestações. O petista Pedro Kemp reagiu iniciando um bate-boca com Mara, o que aumentou o tom dos manifestantes e levou a presidência da Casa a suspender a sessão. Após os ânimos se acalmarem, os trabalhos foram retomados. Os sindicalistas prometem novos protestos.

Após o governo de Mato Grosso do Sul confirmar "reajuste zero" neste ano, representantes de mais de 20 entidades do Fórum de Servidores de Públicos de Mato Grosso do Sul se reuniram hoje na sede do Sindijus-MS, em Campo Grande, e anunciaram que vão expedir nota de repúdio à proposta do governo, farão ato público na Assembleia Legislativa na próxima terça e vão convocar suas bases em assembleias com pauta de eventual paralisação ou greve geral. Em nota, o fórum diz que representa mais de 40 mil servidores das áreas de saúde, educação, segurança pública e administrativo que vão para três anos sem reajuste, desde 2015, quando o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) assumiu o cargo, acumulando mais de 20% de perda salarial.