A Polícia Federal deflagrou hoje operação que mira o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores evangélicos suspeitos de montar um gabinete paralelo no MEC para liberar verbas. 

Em meio ao escândalo da revelação feita pelo Estadão de um "gabinete paralelo" comandado por pastores evangélicos que negociavam verbas da pasta com prefeitos cobrando propinas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou hoje pedido de exoneração do cargo ao presidente Jair Bolsonaro. 

A CPI da Covid recebeu denúncia de suposto pedido de propina pelo diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, o que teria travado uma negociação de vacinas da AstraZeneca. Ferreira Dias seria apadrinhado pelo Centrão, por meio do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), citado nas suspeitas que envolvem a contratação da Covaxin investigada pela CPI da Covid. Na noite de ontem, o Ministério da Saúde anunciou a demissão de Dias.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, revogou na noite anterior a prisão domiciliar do ex-prefeito do Rio de Janeiro e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (Republicanos). Mendes negou o habeas corpus, mas concedeu liberdade provisória "por ofício", quando um magistrado vê risco a quem está sujeito a detenção. Crivella foi preso em dezembro por ordem do TJRJ, acusado pelo MP do Rio de comandar um "QG da Propina" na prefeitura que cobrava de empresários para que pudessem ter acesso a contratos e para receber valores devidos pelo Município. Mendes impôs medidas cautelares a Crivella, como comparecer em juízo, não contatar outros investigados, entregar seus passaportes em 48h e não sair do país. (Com O Globo)

Três fiscais federais do Ministério da Agricultura em MS suspeitos de emitir certificados sanitários para os frigoríficos JBS de Campo Grande e Cassilândia sem inspecionar o abate de animais, serão afastados das funções, disse o superintendente federal de Agricultura em MS, Celso Martins, ao site Campo Grande News. O esquema é alvo da Operação Porteira Aberta da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca em seis estados ontem: MS, MT, GO, PR, SC e PE.  Conforme a investigação, fiscais recebiam pagamengos mensais que variavam de R$ 5 mil a R$ 25 mil por mês em vários estados e o esquema só cessou em 2017 com a deflagração da Operação Carne Fraca. O Ministério da Agricultura divulgou nota afirmando que "acompanha as investigações referentes aos fatos ocorridos até 2017" e colabora com as autoridades. Os investigados irão responder por corrupção ativa e passiva e participação em organização criminosa, podendo pegar até 20 anos de prisão.

A polícia investiga a morte do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Henrique Valladares, cujo corpo foi encontrado ontem em seu apartamento, no Rio de Janeiro. As primeiras investigações indicam que não havia sinais de arrombamento, nem evidências de luta no local. Boletim da 14ª DP do Leblon aponta "causa indeterminada" para a morte. O empresário ficou conhecido por ter revelado em delação à Lava Jato pagamentos de propinas para o ex-senador e atual deputado Aécio Neves (PSDB/MG) e para o ex-senador Edison Lobão (MDB/MA), ex-ministro dos Governos Lula e Dilma, para a empreiteira obter facilidades nas obras das usinada hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Nas planilhas de propina da empresa, Aécio era citado como "Mineirinho" e Lobão como "Esquálido". Ele também revelou pagamento de mesadas a lideranças indígenas e da CUT da região. (Com Estadão)

A delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), classificada como "monstruosa" pelo ministro Luiz Fux, do Supremo, ao homologar o acordo neste mês, faz estragos na política do vizinho Mato Grosso e são manchetes desta sexta nos diários cuiabanos. Vídeos entregues por Silval à Justiça mostram cerca de dez deputados, entre eles o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (ambos do PMDB), recebendo maços de dinheiro do "mensalinho" que o ex-governador disse que pagava para ter apoio na Assembleia. Os pagamentos também eram feitos a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) num esquema que durava havia 20 anos, desde a época do ex-governador e atual ministro da Agricultura Blairo Maggi, de quem era vice, delatou Silval. O atual governador Pedro Taques (PSDB) também é alvo da delação, assim como parlamentares federais do estado. Os pagamentos, conforme a imprensa cuiabana, seriam confirmados pelo ex-presidente da Assembleia, José Geraldo Riva, que também negocia acordo de delação com a PGR.