O Governo do Estado assumir o Morenão e buscar parceria privada para reerguer o estádio e a criação de uma comissão para acompanhar a reforma aguardada desde 2021 foram as propostas da audiência pública realizada ontem na Assembleia para debater o problema do velho estádio no campus da UFMS em Campo Grande.

O investimento de R$ 9,4 milhões do Governo do Estado repassados à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para uma reforma iniciada em 2021 e até hoje não realizada no estádio Morenão será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa.

Com o Morenão, pra variar, "em reparos", o clássico Comercial e Operário pelo campeonato estadual de futebol será realizado no próximo domingo, às 15h, no estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas, em Campo Grande. Mas ingressos a 30 reais para sair de casa e ficar sob o sol em tarde de jogos pela TV, o torcedor reclama.

Principal palco do futebol em Campo Grande, o Morenão volta a receber jogos com as estreias dos times da casa no estadual de futebol neste fim de semana. Neste sábado o Comercial enfrenta o Águia Negra às 15h e no domingo o Operário encara o Pontaporanense no mesmo horário. O estádio Pedro Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), foi liberado para receber até 13 mil torcedores, menos de um terço de sua capacidade, depois de ser parcialmente reformado pelo Governo do Estado visando atender exigências dos Bombeiros e da PM previstas no Estatuto do Torcedor. Após o campeonato, a reforma deve ser ampliada. "A Agesul, junto com o corpo de engenharia aqui da UFMS, vai finalizar o projeto para licitar as obras para a reforma do Morenão para que se torne uma grande praça de eventos, não só para o futebol, mas também com outras atividades", anunciou o secretário estadual de Gestão Política da Capital, Carlos Alberto de Assis.

Por iniciativa do governador Reinaldo Azambuja, o Governo do Estado pretende reformar o Morenão, em Campo Grande, usando verba do Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, oriunda de multas aplicadas pelo Procon-MS. Visando liberar o estádio para o campeonato estadual de futebol de 2020, a primeira fase da obra emergencial, estimada em R$ 4 milhões, de forma a atender exigências do Ministério Público Estadual que interditou o estádio. A proposta foi apresentada hoje pelo chefe de gabinete do governador, Carlos Alberto de Assis, em reunião com o reitor da UFMS, Marcelo Turine, e o promotor do MPE Luiz Eduardo Almeida, que determinou a interdição do estádio. Presente ao encontro, o superintendente do Procon, Marcelo Salomão, disse que uso de recursos do fundo para esse fim está dentro da lei, já que "existe uma relação de consumo por parte do público torcedor e o estádio". O promotor avalia que a proposta do governo para liberar o Morenão "é extremamente positiva", atendendo itens como segurança e acessibilidade.

As pedras nos campos do futebol de Mato Grosso do Sul continuam. A diretoria do Operário anunciou nas redes sociais que o último e decisivo jogo do time na fase de grupos da Série D do Brasileirão contra o Patrocinense (MG) marcado para às 17h de domingo será em Rio Brilhante, no estádio Ninho da Águia, distante 158 km de seus torcedores em Campo Grande, onde o Morenão segue interditado pelo Parquet e o estádio Jacques da Luz, das Moreninhas, foi vetado pela CBF depois de o clube mineiro reclamar das péssimas condições do gramado e da iluminação. A torcida do Galo, claro, não gostou.

Um dia depois de acompanhar a vitória do seu colega de partido Davi Alcolumbre na disputa pela presidência do Senado, o ministro Luiz Henrique Mandetta foi ver o clássico de Campo Grande pelo campeonato estadual neste domingo, e não teve a mesma sorte. Seu time até começou na frente, mas o jogo terminou com virada: Operário 3 a 1 Comercial. Discreto, usando camiseta vermelha do clube, o comercialino dispensou a área vip e ficou praticamente anônimo na arquibancada do Morenão, junto ao povão. Mas acabou flagrado por Otávio Costa, da CBN Campo Grande, que fez a foto enviada pelo empresário das comunicações Luiz Carlos Feitosa.