Assim como aconteceu em São Paulo e em outras cidades, movimentos sociais, partidos de esquerda e frentes ligadas a sindicatos realizaram uma passeata em "Defesa da Democracia", no início da noite anterior, em Campo Grande.

Bloqueios em rodovias e pedidos de intervenção militar em frente a quartéis podem levar apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que protestaram contra o resultado das urnas e o processo eleitoral a serem enquadrados em diferentes tipos de crimes penais.

Promotores e procuradores de pelo menos 18 estados, incluindo os de Mato Grosso do Sul, iniciam hoje uma série de atos em repúdio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 05/2021, que, afirmam, enfraquece sua autonomia. Em Campo Grande a manifestação acontece daqui a pouco, às 14h, no auditório do MP-MS.

Os primeiros protestos contra o presidente Jair Bolsonaro após o 7 de setembro não tiveram o público esperado já que os atos  tinham o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula", o que dividiu a oposição e afastou o PT, sindicatos e outros partidos ligados aos petistas. O protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu quatro "presidenciáveis", sendo dois sul-mato-grossenses: Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Simone Tebet (MDB).

Luiz Henrique Mandetta vai participar das manifestações contra Jair Bolsonaro convocadas para o domingo, dia 12, e subirá nos trios do MBL e do Movimento Direita Digital na Avenida Paulista, em São Paulo, informa o O Antagonista, acrescentando que no mesmo dia o "presidenciável" vai lançar sua conta na rede social TikTok.

Em contraponto aos atos convocados por bolsonaristas em apoio ao presidente para o mês que vem, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Movimento Vem pra Rua estão convocando um grande protesto para o dia 12 de setembro contra Jair Bolsonaro e também contra Lula para que ninguém pense que é coisa do PT como os últimos protestos contra o capitão.

"Sérgio Reis não representa nem os artistas, quanto mais os caminhoneiros" disse o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC), Plinio Dias, desmentindo anúncio do cantor de que a categoria apoie o ato convocado pelo ele em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo.

Indagado sobre a participação do ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello, ao ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro neste domingo no Rio de Janeiro, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse a jornalistas ao chegar hoje ao Planalto: "Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa. Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro".

Mourão explicou que "o regulamento disciplinar do Exército prevê que se avalie o tipo de transgressão que eventualmente foi cometido e que consequentemente se aplique a punição prevista para o caso". O trecho do regulamento, conforme o Estadão, é o 57, que diz: "Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". Indagado sobre Bolsonaro, que promoveu o ato e desfilou de moto com apoiadores no Rio de Janeiro, Mourão evitou fazer declarações. "Eu já falei para vocês, eu não comento atos do presidente Bolsonaro porque eu considero antiético."

Ao divulgar a notícia, o Estadão informa que o Comando do Exército deve analisar o caso nesta segunda-feira. O jornal também lembra que na quarta-feira passada, o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, disse à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara que militares da reserva podem participar de manifestações, ao contrário dos que estão na ativa. "Os da ativa não podem e serão devidamente punidos se aparecerem em manifestações políticas".

A semana começou em Brasília com novo ato que reuniu centenas de apoiadores de Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes, eventos que viraram rotina aos domingos em Brasília. O presidente sobrevoou a área de helicóptero e depois voltou a cumprimentar os manifestantes, que exibiam faixas de apoio ao seu governo e também portavam cartazes acusando o Supremo de "censura". Antes de sair do local, Bolsonaro montou em um cavalo de policiais militares que patrulhavam o local e acenou para os apoiadores. Veja os vídeos postados na página do presidente no Facebook.