O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes, afirmou hoje que grupos políticos que defendem a intervenção militar e querem derrubar o governo de Michel Temer estão mantendo cerca de 250 mil caminhões parados em diversas regiões do país, 30% do total que ficou parado nos últimos dias. "Vou fazer uma denúncia bastante séria: não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas nisso aí, eu vi isso agora em Brasília na parte da manhã. Eles estão prendendo caminhão em tudo quanto é lugar. São pessoas que querem derrubar o governo. Eu não tenho nada a ver com essas pessoas e nem nossos caminhoneiros autônomos têm, mas eles estão sendo usados para isso", afirmou, em coletiva à imprensa, em Brasília. Lopes pediu apoio do governo para desmobilizar os bloqueios remanescentes. "Tem muitas lideranças que se se dizem lideranças, mas que estão envolvidas com partido político e são presidentes de diretórios municipal e estadual. Estou levantando nomes, lugares onde está acontecendo isso e vou entregar na mão do governo, que é ele [governo] que tem que resolver isso", declarou. (Com Agência Brasil)

Um dia depois do governo Michel Temer anunciar novas concessões aos caminhoneiros, a greve não cessou, segue rendendo apoios e a situação gera um clima de tensão em MS. Hoje à tarde, próximo ao trevo rodoviário da BR-262 em Anastácio, onde motoristas estão parados, teve ato em favor do movimento cordenado pela Associação Comercial e Empresarial de Aquidauana (Acea) com participação de moradores das cidades vizinhas. Teve também faixa pedindo "intervenção militar já", como mostra a foto. E atos similares têm acontecido em Campo Grande e em outras cidades, como Três Lagoas, desde o fim de semana.

O general da reserva Antônio Hamilton Mourão afirmou neste domingo em entrevista à Folha de S.Paulo que que a população não pode se tornar refém da greve da greve dos caminhoneiros e disse ser contra uma ação militar contra o governo federal para encerrar a crise política. Indagado de há "aproveitadores" pedindo uma ação das Forças Armadas, Mourão disse que sim, "dos dois lados". "Tem gente que quer as Forças Armadas incendiando tudo. E a coisa não pode ser assim, não pode ser desse jeito. Não concordo. soluções dessa natureza a gente sabe como começam e não sabe como terminam", afirmou.

O militar, conforme a Folha, chamou de "vergonhosa" a convocação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) para uma greve de 72h nas refinarias de petróleo na quarta-feira, dizendo que a entidade "pega carona" na greve dos caminhoneiros. "A FUP é ligada à CUT. Alguém viu a FUP entrar em greve quando se roubou a Petrobras até não poder mais? Não entraram em greve por causa disso, né?", disse Mourão, que em 2017, antes de ir para a reserva, chegou a falar em intervenção militar.

Populares fizeram passeatas e carreatas em frente de quartéis do Exército em Campo Grande e em Três Lagoas pedindo intervenção militar no Brasil nesta noite de domingo, antes do pronunciamento do presidente Michel Temer (veja na nota abaixo) anunciando novas concessões aos caminhoneiros. Veja os vídeos.

– "Boato criminoso", disse o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) ao usar seu perfil no Twitter ontem para desmentir um áudio que circulou nesta semana via WhatsApp a ele atribuído em que um imitador fala que já estaria em curso no Brasil intervenção militar com apoio dos Estados Unidos e declarando seu apoio ao episódio. No Facebook, Cristovam acrescentou: Quem me conhece, sabe que não é minha voz. Quem conhece minhas posições e lutas sabe que o conteúdo do áudio não condiz com minhas ideias." Veja abaixo o que escreveu Buarque no Twitter: