Do alto de seu 1 metro e 82 cm aos 13 anos de vida, Bruno Samudio de Souza, filho de Eliza Samudio e o goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato da jovem, vai estrear no próximo sábado como goleiro titular na categoria sub13 do Athletico Paranaense pela BG Prime, a Copa do Futebol Sulbrasileiro. 

Condenado em 2010 pelo assassinato de Eliza Samúdio, cujo corpo nunca foi encontrado porque teria sido devorado por cães conforme as investigações policiais, o goleiro Bruno Fernandes, de 35 anos, que ainda cumpre a pena, agora em liberdade condicional, voltou a virar alvo de críticas nas redes sociais após publicar no Instagram uma foto dele com dois cachorroes fazendo anúncio de um canil. "Tive o grande prazer de conhecer um canil incrível da raça do meu 'filho' Booba. American Bully. Queria agradecer pela receptividade e parabenizar pelos lindos animais que vocês tem lá!! Esses da Foto são Estrela e Cristal, e também levei meu Boobinha pra conhecer novos amigos e brincar bastante!! Encontro muito produtivo!!", diz a postagem do goleiro na rede social. Depois das críticas, Bruno voltou a se manifestar no Instagram onde escreveu: "Só para esclarecimento: Um dos cachorros é meu e eu fui ao canil de um amigo para fazer uma visita e aproveitei para levá-lo! Quem quiser acreditar em imprensa ou em blog de fofoca, fiquem à vontade! Desnecessário é eu deixar de postar o que quero por conta de ilusionismo de terceiros!".

A mãe de Eliza Samúdio, Sônia de Fátima Moura que mora em Campo Grande com o neto Bruno, disse que pretende acionar a Justiça para impedir a produção da série baseada no livro "Indefensável – O goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio" anunciada desde o ano passado para ser lançada, ainda sem data prevista, neste ano em que o caso completará 10 anos. "É uma falta de respeito com a memória dela e com o filho dela. Afinal de contas ela tem um filho e a produção vai expor ele, é um pré-adolescente, é complicado", disse ao Correio do Estado a avó de Bruninho. Sônia afirmou ao jornal que nunca foi procurada pela produção e que pretende proteger o neto. "Ele estaria exposto a uma versão da história. Da forma como querem fazer, ele vai ser exposto e vai mexer com o psicológico dele. E quem vai arcar com as consequências e com esse psicológico dele abalado?", questiona. A mãe de Eliza também alega que o livro que inspira a série tem informações inverídicas e informou que já contatou advogados para acionar a Justiça. A produção idealizada pela diretora Amora Mautner, tem a atriz Vanessa Giácomo cotada para o papel de Eliza.

Diante da perda de patrocinadores e protestos de moradores da cidade conforme aqui divulgado, a direção do Operário de Várzea Grande (MT) divulgou nota hoje informando que "está revendo" a contratação do goleiro Bruno, condenado pelo assassitado da ex-amante Eliza Samúdio. A desistência, conforme o site Época, só não foi confirmada ainda porque existe um impasse jurídico a ser resolvido, já que o clube havia se comprometido com a Justiça de Minas Gerais a ser o local de trabalho do atleta, que cumpre pena em regime semiaberto. Outros clubes também tentaram, mas acabaram recuando de contratar o jogador. Em Varginha (MG), cidade onde Bruno mora, ele chegou a ser contratado pelo Boa Nova para o campeonato mineiro de 2017, mas diante as críticas o clube dispensou o goleiro. No caso mais recente, no início deste ano, o Fluminense de Feira de Santana (BA) chegou a anunciar a contratação de Bruno, mas também desistiu do negócio diante da repercussão negativa.

A contratação do goleiro Bruno pelo Operário de Várzea Grande, cidade vizinha a Cuiabá, gera protestos no vizinho Mato Grosso. Patrocinadora da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) que rateia o valor aos clubes, a cooperativa Sicredi anunciou que vai retirar sua marca da camiseta do Operário, informa o diário cuibano A Gazeta. Um ato de mulheres denominado "BrunoNão" convocado para hoje à noite no Estádio Dito Souza, em Várzea Grande, ganhou adesão da deputada estadual Janaina Riva (MDB) que escreveu nas redes sociais: "Não é normal um homem que matou a amante, até hoje não confessou ou se arrependeu, não entregar onde enterrou o corpo, voltar aos campos e ter uma vida de um cidadão comum. Pior que isso, podendo se tornar um ídolo para as crianças de Mato Grosso, um símbolo de que é possível matar e retomar sua vida como se nada tivesse acontecido" (veja a íntegra abaixo). Residente em Minas, onde cumpre no semiaberto a pena pelo assassinato de Eliza Samúdio, Bruno teve sua transferência para o MT autorizada na sexta-feira pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Varginha (MG), Tarciso Moreira de Souza, com parecer favorável do MP.

A negociação do Fluminense de Feira de Santana (BA) para contratar o goleiro Bruno, condenado pelo assassinato da modela Eliza Samúdio em 2010, gera protestos de mulheres na Bahia. Conforme a imprensa baiana, o clube chegou a um acordo com Bruno para o campeonato estadual de 2020, mas o contrato depende de a Justiça autorizar a transferência do jogador de 35 anos, que cumpre pena na cidade mineira de Varginha em semiaberto domiciliar, onde precisa se apresentar em juízo no dia 10 de cada mês. Um manifesto assinado pela Rede de Mulheres Negras da Bahia, pelo Movimento de Mulheres em Defesa da Cidadania e pela seção de Feira de Santana do Movimento Negro Unificado da Bahia, diz que "o simples fato de cogitar a contratação deste assassino já se constitui uma mancha na longa história do Clube". Na TV Bahia, afiliada Globo, a jornalista Jéssica Senra, afirmou: "Atletas são referências. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem é um desrespeito. É um desrespeito a nós mulheres". O vídeo abaixo dividiu a opinião de seguidores de Jéssica no Instagram, entre os que rejeitam a volta de Bruno e os que defendem que o goleiro merece recomeçar.

O goleiro Bruno Fernandes foi anunciado pelo Poços de Caldas Futebol Clube ontem como reforço do time que vai disputar a terceira divisão do Campeonato Mineiro em 2020. Condenado como mandante do assassinato da ex-namorada Eliza Samúdio, o goleiro passou a cumprir a pena em regime semiaberto em julho e uma das exigências da Justiça era a de que trabalhasse. O acerto com o clube foi feito no dia 13 deste mês, mas dependia de liberação do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) e foi anunciado na terça-feira. Conforme o jornal Estado de Minas, Bruno precisará de autorização da para jogar fora da comarca de Varginha, onde cumpre pena, e também em caso de jogos entre 20h e 6h, quando precisa ficar em casa conforme a decisão judicial.

Condenado a 23 anos e dois meses pela morte de Eliza Samúdio, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza teve negado pela maioria dos desembargadores da 4ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) recurso em que pretendia realizar exame de DNA para tentar provar que não seria pai do filho da vítima, o Bruninho, e assim anular o registro civil do garoto e ficar livre de pagar pensão alimentícia fixada, em 2012, pela Justiça, em 17,5% de seu rendimento. Em seu voto, seguido pela maioria, o desembargador relator Júlio Roberto Siqueira Cardoso diz que Bruno tentou repetir no TJMS recurso que tentou sem sucesso no TJ do Rio de Janeiro e manteve a decisão de primeiro grau. "A atitude do apelante só se presta para tentar gerar incerteza jurídica e afetar, de forma inaceitável, o ato jurídico perfeito, e contribuir para o desprestígio do próprio Poder Judiciário", escreveu.

A 1ª Turma do Supremo decidiu hoje por 3 a votos contra 1 mandar de volta à o goleiro Bruno Fernardes das Dores de Souza, de 32 anos. Condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato de Eliza Samudio, o atleta já havia cumprido quase sete anos antes ganhar a liberdade provisória em fevereiro deste ano, com habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, que foi o voto vencido na turma hoje. Votaram a favor do cárcere Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Bruno já havia fechado contrato com o Boa Esporte e estava jogando a segunda divisão do Campeonato Mineiro.