O Senado deve decidir hoje se o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que havia entrado de licença depois de ser acusado de desviar recursos do combate à covid-19 em Roraima e ser flagrado pela Polícia Federal com R$ 33,1 mil na cueca, poderá retomar seu mandato ou ficar mais tempo licenciado. No ano passado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, determinou o afastamento do senador por 90 dias. Aconselhado pelo então presidente do Senado David Alcolumbre (DEM-RJ), Rodrigues, para ficar fora dos holofotes, pediu licença, cujo prazo vence nesta quinta-feira. Ontem, por considerar que não há fato novo que leve o senador a atrapalhar as investigações, Barroso autorizou que ele retome o mandato, mas o proibiu de reassumir a vaga na comissão que trata da destinação de verbas federais para o combate à pademia. Para alguns senadores, entretanto, o retorno dele causaria "constrangimento" à Casa. O novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cogita autorizar nova licença e convocar o suplente, Pedro Arthur, que  filho do senador. Para isso, Rodrigues tem de pedir novo afastamento, o que até ontem não havia ocorrido. (Com Estadão e G1)

O caso do suplente Pedro Arthur ocupar a cadeira do pai, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que pediu afastamento por 121 dias do Senado depois de ter sido flagrado pela PF com dinheiro na cueca, voltou a chamar a atenção da imprensa para familiares suplentes de senadores. O Globo cita como exemplos o próprio presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP), cujo suplente é o irmão Josiel, atual candidato à prefeitura de Macapá; o senador Ciro Nogueira (PP-PI), do Centrão, que tem a mãe Eliane como suplente; e o líder do MDB, Eduardo Braga (AM), que tem a esposa Sandra na suplência. O jornal lembra que em 2013 o Senado aprovou com ampla maioria de votos, inclusive os de Braga e Nogueira, uma PEC que reduz de dois para um o número de suplentes e proíbe a eleição de cônjuge ou parente consanguíneo até segundo grau para o cargo. Porém, sete anos depois a proposta continua parada na Câmara dos Deputados. Além de parentes, senadores também costumam escolher como suplentes empresários que ajudam a financiar a campanha, prática comum em todo o Brasil.

Uma semana depois de ficar conhecido em todo o Brasil após ser flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca durante investigação de desvios de verbas federais destinadas ao combate à covid em Roraima e perder a função de líder do governo Bolsonaro no Senado, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu afastamento do cargo por 90 dias e ampliou seu pedido de licença para 121 dias. O novo pedido, conforme O Globo, aconteceu após Rodrigues ser informado que líderes do Senado decidiriam que só aceitaram o afastamento de 121 dias, sob alegação de que menos tempo traria desgastes para a Casa. O detalhe é que suplente só pode assumir a vaga em caso de afastamento superior a 120 dias e agora o filho de Chico, Pedro Arthur, poderá assumir a cadeira de senador enquanto o pai permanecer afastado.