A Polícia Federal deflarou hoje a Operação Amerímnia no cambate à lavagem de capitais que mira gerentes financeiros de organização criminosa especializada no contrabando de cigarros que se espalha por praticamente todo o Mato Grosso do Sul que, embora condenados pela Justiça, prosseguiam com suas atividades criminosas.

Em fiscalização de rotina no escopo da Operação Horus, policiais federais prenderam um homem que transportava grande carga de cigarros contrabandeados do Paraguai, próximo à praça do posto de pedágio da rodovia BR-163, em Naviraí (MS).

Um comboio de 14 carretas transportando 5,5 milhões de maços de cigarros contrabandeandos e apreendidos em Mato Grosso do Sul saiu ontem do depósito da Receita Federal, no bairro Nova Lima, em Campo Grande, rumo a Foz do Iguaçu (PR), onde serão incinerados com equipamento específicos para separar materiais reaproveitáveis, o que não pode ser feito junto com a queima de drogas como a maconha. A operação serve para liberar depósitos da Receita em MS. O comboio foi escoltado por 20 agentes da PRF em quatro caminhões, quatro motocicletas e um helicóptero. O delegado da Receita Federal, Flávio de Barros Cunha, disse ao G1 MS que o valor estimado da carga é de R$ 5,5 milhões. Esta é a terceira destruição de cigarros ilegais realiada em 2020 em Foz de Iguaçu, onde foram incinerados no primeiro semestre cargas apreendidas no Rio de Janeiro e no Maranhão.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre hoje em seis cidades de Mato Grosso do Sul sete mandados de prisão preventiva contra oficiais da PM e treze de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar de MS na operação "Avalanche", terceira fase da operação Oiketicus iniciada em 2018 que mira autoridades policiais que facilitam o contrabando de cigarros no estado. A lista dos detidos ainda não foi divulgada, mas segundo a imprensa de Dourados um deles é o comandante do 3º Batalhão da PM da cidade, tenente-coronel Carlos Silva. A ação envolve o Ministério Público estadual por meio do Gaeco, em conjunto com a Promotoria de Justiça da Auditoria Militar, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o Comando-Geral e a Corregedoria-Geral da PM-MS. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Campo Grande, Dourados, Coxim, Sidrolândia, Naviraí e Aquidauana.

A Polícia Federal deflagrou neste sábado a Operação Nepsis contra organização criminosa que contrabandeava cigarros do Paraguai para os grandes centro passando por Mato Grosso do Sul, com a conivência de policiais corruptos em cinco estados: MS, SP, PR, RJ e AL. Estão sendo cumpridos 35 mandados de prisão preventiva, 8 de prisão temporária, 12 suspensões de Exercício de Atividade Policial e 43 mandados de busca e apreensão. Entre os presos, policiais da PRF, PM e Civil de MS. Cinco PRFs que atuavam no posto de Bataguassu, na divisa MS-SP, foram presos, e um está sendo procurado. Outros seis policiais civis e militares também são alvos de mandados de prisão. A operação tem apoio da própria PRF, da Receita Federal do Brasil (RFB), do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanhamento das Corregedorias das Polícias Civil e Militar. A PF informa estimar que, só em 2017, o grupo tenha passado pelo menos 1.200 carretas com cigarros contrabandeados avaliados em R$ 1,5 bilhão para cidades do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Tendo as fronteiras de Mato Grosso do Sul e Paraná como principais entradas, apesar das operações de combate ao contrabando o volume de cigarros clandestinos vendidos no Rio de Janeiro subiu 70% neste ano em comparação a 2016. E a marca campeã de vendas no estado agora é a Gift om 38% do mercado (em SP tem 10%) deixando bem para trás, por exemplo, qualquer produto da Souza Cruz. "A propósito, o tal Gift é produzido numa das muitas fábricas de cigarros do presidente do Paraguai, Horacio Cartes", diz o Lauro Jardim em blog no O Globo.