Lideranças bolsonaristas de Mato Grosso do Sul estão convocando uma carreata para domingo, 1º de maio, em Campo Grande, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Vamos mostrar que estamos fechados com o presidente”, diz o deputado estadual João Henrique (PL).

Lideranças e militantes de partidos da oposição, sindicatos e outras entidades que formam a chamada "Frente Fora Bolsonaro Mato Grosso do Sul", e simpatizantes, fizeram neste sábado em Campo Grande a segunda carreata deste mês pedindo o impeachmento do presidente Jair Bolsonaro. A concentração começou nos altos da Avenida Afonso Pena, de onde ao menos 300 veículos, conforme o site Campo Grande News, chegaram a ser bloqueados pela Guarda Civil da prefeitura por cerca de meia hora sob alegação de liminar do TJMS que impediu carreatas na cidade no início da pandemia, em março de 2020, que, segundo a organização, já teria caducado. Liberados, os veículos partiram rumo à região central com manifestantes levando faixas e cartazes seguindo um trio elétrico. O grupo pede o fim do recesso na Câmara dos Deputados para que seja colocados em pauta os mais de 60 pedidos de impedimento do presidente por crimes de responsabilidade, por estimular aglomerações, a falta de uso de máscaras e de outras medidas contra a covid-19; e também pela falta de ações eficazes do governo desde o início da pandemia contra a doença que neste sábado ultrapassou a marca de 215 mil mortes no Brasil. 

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) concedeu liminar no fim da tarde de hoje à Prefeitura de Campo Grande proibindo carreatas, buzinaços, passeatas e quaisquer outros tipos de manifestações nas ruas durante o período de quarentena conta o coronavírus na cidade. O anúncio foi feito no fim da tarde pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) em vídeo no Facebook.

A prefeitura recorreu ao TJMS após ter o pedido negado, pela manhã, pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Coletivos e Individuais Homogêneos, contra lideranças dos grupos denominados "QG do Bolsonaro", "Pátria Livre" e "Endireita CG" que promoveram a carreata da semana passada. Marquinhos afirmou que essa negativa incentivou o grupo a fazer nova carreata hoje à tarde na Avenida Afonso Pena cobrando a reabertura do comércio e demais empresas. A liminar foi concedida pelo desembargador Geraldo de Almeida Santiago, do TJMS.

Marquinhos disse ainda que, além de ajudar a conter a disseminação do vírus, a quarentena ajudou a reduzir a criminalidade "e zerou o número de homicídios" na cidade. Acrescentou que órgãos públicos e empresas estão economizando ao aprender a fazer reuniões por meio de videoconferências, em vez de gastar em transporte, combustíveis e demais despesas que encontros presenciais exigem, o que também, segundo ele, diminui a poluição e reduz até os índices de acidentes de trânsito. Veja o vídeo.

Além de veículos que fizeram buzinaço na Avenida Afonso Pena, teve até cavaleiros na carreata de ontem, último domingo antes das eleições do dia 7, em apoio a Jair Bolsonaro (PSL). Atos semelhantes foram realizados em outras capitais, e também em cidades do interior do estado, um dia depois do "EleNão" promovido contra o presidenciável. Veja um dos vídeos postados nas redes sociais por apoiadores.

Populares fizeram passeatas e carreatas em frente de quartéis do Exército em Campo Grande e em Três Lagoas pedindo intervenção militar no Brasil nesta noite de domingo, antes do pronunciamento do presidente Michel Temer (veja na nota abaixo) anunciando novas concessões aos caminhoneiros. Veja os vídeos.

Depois de organizar um comboio que levou centenas de veículos de Dourados a Pedro Juan Caballero para encher os tanques com gasolina brasileira a preço mais barato no Paraguai, o advogado Sindoley Luiz Souza Morais, que é conselheiro seccional da Ordem, esteve ontem em Campo Grande para apresentar dos objetivos do Movimento Combustível Justo ao presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche, e pedir apoio da instituição. Acompanhado do também conselheiro seccional Horêncio Serrou Camy Filho, Sindoley disse que o objetivo é fazer novos protestos para conscientizar a população de que a alta carga tributária paga pelo consumidor é injusta e só ajuda a financiar a corrupção no País. "Vamos dar apoio com a divulgação dessa campanha e também vamos passar para o Conselho Federal da OAB para que divulgue nas seccionais dos demais estados", disse Mansour ao Blog.