Durou pouco a estranha paixão entre o PMDB do vereador presidente Paulo Siufi e o PT do vice Cabo Almi na Câmara de Campo Grande. Bastou o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) enviar o projeto do reajuste dos servidores, para rachar a mesa diretora. Colocado hoje em regime de urgência, como exigiu o prefeito, o PL nº 6.635/09 estabelece ajuste de 5,5% aos servidores municipais com efeitos a partir de 1º de maio, tendo como referência a variação do IPCA. Siufi abortou qualquer possibilidade de discussão sobre o assunto e colocou em votação. Almi não gostou, recorreu ao Regimento Interno e foi tolhido por Siufi (foto). Revoltado, lembrou que o prefeito foi eleito por 70% do eleitorado e aproveita deste fato para aprovar o que bem entende na base do afogadilho. Siufi tentou repreendê-lo e foi obrigado a ouvir a seguinte frase com sotaque ítalo do cabo petista:

- "Agora todos nós entendemos os motivos pelos quais alguns órgãos de imprensa criticam vossa excelência, dizem que vigora uma ditadura militar e que o melhor seria o fechamento deste parlamento, já que aqui, nem vossa excelência e muito menos o prefeito, nos permite parlar".

Como ditas e desditas mesmo duras de oposicionistas de plantão não costumam alterar a ordem dos fatores na Câmara faz muito tempo, o projeto, como mandou o prefeito, foi aprovado. Apesar de votos contrários dos petistas Almi e Thais Helena e de Grazielle Machado (PR).