Eleições de 1985... o ano em que Sérgio Cruz "caiu na onda" do rádio

Eleições de 1985... o ano em que Sérgio Cruz "caiu na onda" do rádio
Legenda: Sérgio Cruz, deputado e radialista na primeira metade dos anos 80

Postado por Marco Eusébio , 11 Abril 2012 às 08:00 - em: Garimpando Historia

Essa quem conta é o próprio personagem, o radialista e ex-deputado Sérgio Cruz. Também conhecido como "Pau na Mula" nas décadas de 70 e 80, tempo da foto acima, quando era deputado federal no período que antecedia as primeira eleições direta pós ditadura militar para prefeitos de capitais no Brasil, ocorridas em 1985.

Sérgio lembra...

– "Na fase de pré-campanha, eu liderava todas as pesquisas".

Tudo, graças às ondas do rádio.

Empolgado, esbanjando confiança, pensou que não tinha pra ninguém e resolveu disputar a cadeira de prefeito, na época ocupada pelo então "biônico" Lúdio Coelho. A performance do "Pau na Mula" nas pesquisas fazia inveja, embora ele estivesse afastado dos programas desde que havia sido eleito deputado ainda sintonizava o efeito das "ondas do rádio" na popularidade. Além do mais, era bom de discurso. E preocupava a concorrência.

– “Todo mundo tentou fazer acordo comigo" , recorda o personagem.

Diante de tanto favoritismo que lhe asseguravam os ouvintes, desligou os ouvidos para o assédio dos demais políticos.

– "Eu não quis saber dessa história de acordo”, confessa Sérgio.  

Na prática, entretanto, a coisa foi bem diferente. A eleição terminou com  Juvêncio César da Fonseca (PMDB) eleito prefeito com 63.565 votos. Em segundo ficou  Levy Dias (PFL) com 38.136. E o Sérgio Cruz, então filiado ao PDT, ficou em terceiro lugar.

– “Foi uma votação tão ridícula, que nem lembro mais”, diz.

Os registros da Justiça Eleitoral lembram. Sérgio Manoel da Cruz obteve 12.474 votos.

Foi bem melhor do que Euclides de Oliveira (PCB) que terminou com 3.248 votos, Jandir de Oliveira (PT) com 1.067 e Wilson Hokama (PTB) com 637. Mas muito fora de sintonia do que os ouvintes diziam aos pesquisadores antes de a campanha começar, conforme me narrou agora, mais de um quarto de século depois, já conformado e até fazendo graça ao lembrar do episódio, o atual comentarista político do programa Tribuna Livre da FM Capital.