Em suas "Porandubas Políticas", hoje, o analista Gaudêncio Torquato fala sobre especulações de FHC virar vice de Aécio e de Lula virar vice de Dilma para protagonizarem uma grande batalha eleitoral de chapas puras PT versus PSDB. Veja em que aposta o Gaudêncio.
 
"FHC como vice?
 
É possível. (Na política, tudo é possível). Basta ele querer. Pois um nome de peso, mais denso do que o de Aécio, na chapa majoritária Federal, seria um impacto. Dizem que FHC autorizou inserir seu nome nas pesquisas junto com o nome de Aécio. Procurei sondar: tucanos de bicos longos me disseram que nada é improvável. Ou seja, que depende de Fernando Henrique. Seria uma chapa tucana puro sangue. O fato é que seria algo menor para ele. Que está inteiro, correndo mundo, fazendo palestras e vivendo um novo casamento. Sua candidatura teria o mérito de agregar os tucanos paulistas e atrair grupamentos sediados na classe média. Classe média tradicional, não a classe média emergente, essa que se designa também por classe média C, localizada no pavimento inferior das classes médias (alta, média e baixa). Este consultor não aposta nessa firula.
 
Luiz Inácio não toparia
 
Ante essa estratégia, que se desenvolve no calor de debates internos e pesquisas encomendadas pelo PSDB, começa-se a abrir a hipótese de que a bicada tucana receberia uma estocada petista. Qual ? Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a vice. Bom, puríssima especulação. Lula não toparia tal empreendimento. Por que ? Primeiro, porque arrebentaria a aliança com o PMDB, perda de quatro minutos de TV e corrida frenética dos exércitos peemedebistas em direção aos oposicionistas. Seria um embate histórico, única maneira de se chegar ao clímax da polarização entre os dois partidos. O Brasil seria dividido meio a meio. O ódio, a indignação, as estocadas de ambos os lados. Guerra sanguinolenta. Este consultor não põe um fio de cabelo na cabeça desta hipótese."
 
(Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato)




Na guerra pelo governo de MS, a derrubada do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em Campo Grande virou munição eleitoral. O primeiro disparo foi feito na segunda-feira pelo presidente do PSD, Antônio João Hugo Rodrigues, sócio-acionista do Correio do Estado, declarando em entrevista ao jornal que o pré-candidato ao governo Delcídio do Amaral (PT) seria "o maior derrotado" com a queda do aliado. 
 
No dia seguinte, em artigo publicado no mesmo matutino e enviado a outros veículos de imprensa intitulado "Os engenheiros da nau de Bernal" (leia aqui), o ex-prefeito e pré-candidato ao governo Nelsinho Trad (PMDB) deu o segundo disparo buscando carimbar a curta e tumultuada gestão de Bernal ao discurso de mudança apoiado pelo PT de Delcídio, do PSDB de Azambuja, do PPS de Athayde Nery e do PV de Marcelo Bluma.
 
No contra-ataque, o deputado federal Vander Loubet (PT) escreveu no Facebook que deixaria para responder a Antônio João depois e divulgou à imprensa ontem artigo intitulado "Nelsinho: o principal cabo eleitoral de Bernal" (leia aqui) em que afirma que a maioria da população buscou a mudança justamente por reprovar a gestão do ex-prefeito Trad.
 
Por sua vez, Delcídio usou as redes sociais para contra-atacar. Além de reproduzir o artigo de Vander, advertiu que o efeito dos ataques pode ser o contrário do esperado pelos adversários. No Twitter, ontem, senador postou a imagem de um "raio-x de tiro no pé" acima e escreveu:
 
– "Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro em Campo Grande... Só não combinaram com o povo... A conferir!!!"
 
A mensagem enigmática, ao estilo do senador, é decifrada por delcidistas como o seguinte recado: pesquisas internas apontariam que a maioria do eleitorado atribui a tomada de poder em Campo Grande aos principais adversários do petista.
 
A guerra está só começando. O resultado virá das urnas.





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