Sem receber, petistas demitidos do PT-MS acusam Zeca de dar 'calote na CLT'

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Sem receber, petistas demitidos do PT-MS acusam Zeca de dar 'calote na CLT'
Manifesto de repúdio assinado pelos demitidos do PT-MS
Os oito funcionários demitidos do Diretório Regional do PT-MS no começo do mês pelo novo presidente regional do partido, o deputado federal Zeca do PT, lançaram hoje manifesto que vão postar nesta tarde nas redes sociais, em "repúdio ao tratamento concedido pelo atual comando do PTMS", a quem acusam de dar "calote na CLT, sepultada hoje pelo governo golpista de Temer com a sanção da Reforma Trabalhista". 
 
Os demitidos, todos petistas, dentre eles uma dirigente (Carla Lopes, atual secretária de Organização do partido), dizem na nota que o prazo para pagamento das resições venceu ontem, dia 13, e "até o momento o presidente não deu qualquer satisfação aos funcionários". 
 
O grupo acrescenta que muitos dos demitidos trabalharam com Zeca ao longo da carreira política do ex-governador, mas se afastaram dele por não compactuar com suas posições. "Para nós, funcionários, essa decisão parece ter mais caráter de perseguição política e assédio moral, que por falta de recursos financeiros", assinala o manifesto.
 
Leia abaixo a íntegra:
 
"Manifesto dos ex-funcionários do PTMS pelo cumprimento da CLT
 
Os ex-funcionários do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul, demitidos sumariamente no último dia 3 de julho de 2017, pelo atual presidente José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, vêm a público manifestar repúdio ao tratamento concedido pelo atual comando do PTMS, dando o calote na CLT, sepultada hoje pelo governo golpista de Temer com a sanção da Reforma Trabalhista.
 
Mesmo vencido o prazo neste dia 13 para pagamento das rescisões, até o momento o presidente não deu qualquer satisfação aos oito funcionários, alguns há mais de 10 anos e, até, 16 anos auxiliando nas diversas gestões do partido.
 
O ex-governador o Zeca do PT parece estar em outro mundo bem diferente do que vive a presidente nacional do Partido, a senadora Gleisi Hoffmann. Enquanto ela ocupou a Mesa Diretora do Senado na tentativa de evitar a aprovação da Reforma Trabalhista, cena que marcou o auge da luta das mulheres guerreiras naquela Casa em favor dos trabalhadores contra o sepultamento da CLT, ele faz demissão em massa e, pior, dá o calote nos direitos trabalhistas dos funcionários.
 
Na reunião da Direção Executiva Estadual, ocorrida na segunda-feira, 10, Zeca do PT, já deu recado aos novos diretores e disse que “não adianta ninguém vir chorando que não recebeu”. Ou seja, ele impõe uma gestão que destoa o discurso da prática defendida pelo Partido dos Trabalhadores, contrariando todos os princípios partidários e jogando no lixo a luta da própria presidente nacional no Senado.
 
A revolta maior dos funcionários, que também são militantes do partido, é que o novo presidente construiu sua trajetória política no sindicato dos bancários. A partir daí, conseguiu se eleger deputado estadual, governador, vereador na Capital e agora deputado federal. Muitos dos demitidos foram seus assessores nesta trajetória, mas se afastaram dele por não compactuarem com suas posições políticas. 
 
Mais que o atual presidente, os funcionários têm conhecimento das condições financeiras do PTMS, que perdeu o fundo partidário em abril passado, por falha na prestação de contas na campanha eleitoral de Zeca governador em 2010. Por conta disso, recebiam os salários atrasados, mas continuavam nas suas atividades. 
 
Zeca do PT justifica a demissão em massa dizendo que o PTMS não tem recursos para pagar a folha de pagamento, pouco mais de R$ 30 mil por mês, uma vez que perdeu a parcela mensal do Fundo Partidário, cerca de R$ 70 mil, ocorrido em abril deste ano. Ele alega também que recebeu o Diretório com dívidas da gestão passada.
 
Também é importante ressaltar que na história do PTMS nenhum presidente, por mais grave que a situação estivesse, fez demissão em massa. Em vez de fazer uma política de arrecadação juntos aos parlamentares, preferiu o 'choque de gestão', muito usada nos governos do PSDB.
 
Outro fato que causa revolta entre os ex-funcionários é a falta de sensibilidade do ex-governador Zeca do PT, sabendo que têm famílias que dependem deles. Sabendo que não havia recursos para pagamento das rescisões, o atual presidente teria como alternativa, além de melhorar a arrecadação do partido fazer a demissão escalonada, sem causar traumas aos colaboradores e sem ganhar a fama de caloteiro da CLT.
 
Para nós, funcionários, essa decisão parece ter mais caráter de perseguição política e assédio moral, que por falta de recursos financeiros. Por isso, queremos apenas reivindicar os direitos trabalhistas, tão defendido pelos companheiros e companheiras petistas em todo o Brasil.
 
Campo Grande (MS), 14 de julho de 2017.
 
Assinam abaixo os funcionários de acordo com o manifesto.
 
Antonio Marques de Almeida
Carla Lopes da Silva
Lucas Evangelista Heliot
Marcos Nogueira Norberto
Valnici Cardoso Minatti
Vânia Barbosa Cunha"


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Postado por: Marco Eusébio, 14 Julho 2017 às 16:20 - em: Principal


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