Os nomes da ponte

Fotos Reprodução/Divulgação Arquivo
Os nomes da ponte
Dois anos depois, dúvidas persistem sobre os nomes da ponte sobre o rio Paraná que liga a BR 267 em Bataguassu (MS) ao fim da Rodovia Raposo Tavaras em Presidente Epitácio (SP). Afinal, porque trocaram o nome e quem coordenou essa mudança?
 
Essa história fez o empresário Josué Emídio (citado aqui no blog como "o cara do chapéu") a perder uma aposta para amigos, em Campo Grande. "Insisti que a campanha foi coordenada pelo deputado Amarildo, do PT. Mas não há registro disso e perdi a aposta, porque no Google está escrito que o projeto que dá nome à ponte é assinado por outro deputado do PT, o Vander Loubet", conta o Josué.
 
Para dirimir a dúvida, conversei com o deputado Amarildo. O petista relatou que a ponte de 2.550 metros que liga MS e SP recebeu o nome de Helio Serejo em 2012 para homenagear o jornalista e escritor que nasceu em Nioaque (MS), morou em Presidente Vesceslau (SP) e faleceu aos 95 anos em Campo Grande (MS).
 
Serejo, justifica o petista, foi o principal entusiasta e coordenador da “Campanha de Propaganda Pró-Construção da Ponte sobre o Rio Paraná” que mobilizou lideranças dos dois estados e fez o barulho chegar ao Distrito Federal, até que a obra, iniciada no governo de Juscelino Kubitschek foi, enfim, concluída pelo general Castelo Branco, chefe do governo militar, em 1964. 
 
Porém, ao ser entregue à população no início do regime miliar, a ponte ganhou o nome do engenheiro e político do Rio de Janeiro, Mauricio Joppert da Silva, que foi ministro dos Transportes por três meses (de novembro de 1945 a janeiro de 1946) no governo de José Linhares. "Como o Joppert nada teve a ver com a obra, resolvemos lançar uma campanha para mudar o nome da ponte e homenagear Hélio Serejo", explica Amarildo, deputado estadual sul-mato-grossense, que nasceu em Presidente Epitácio (SP) e é radicado em Mato Grosso do Sul.
 
"Promovemos audiências públicas nos municípios da região da divisa. Houve resistência de algumas lideranças, sob o único argumento de que o povo já estava acostumado com o nome do Joppert e que não havia sentido mudar. Aos poucos, conseguimos explicar que o ex-ministro nem ao menos visitou a região. E que a homenagem deveria ser a alguém que aqui viveu e lutou pela construção da ponte", justifica Cruz.
 
Por se tratar de obra federal e sua jurisdição parlamentar ser estadual, Amarildo buscou o apoio do deputado federal e companheiro de partido Vander Loubet (PT-MS), que lançou o projeto. A proposta foi aprovada pelo Congresso e sancionada como a Lei 12.610/2012 pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), que exercia interinamente a Presidência, e foi publicada no Diário Oficial da União em 11 de abril de 2012, fazendo jus ao historiador Hélio Serejo.


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Postado por: Marco Eusébio, 24 Janeiro 2014 às 14:00 - em: Garimpando Historia


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