Depois de largar o papel de oposição e ensaiar o de aliado do PMDB, o PDT volta à estaca zero. E parece viver uma crise de identidade em Campo Grande. Na noite anterior, lideranças da executiva provisória da sigla reunidas chegaram a conclusão que, sem uma proposta concreta do time governista, não podem mais esperar e voltaram a falar em candidatura própria à sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

"Em 2008 fomos traídos, o Dagoberto era para ser o vice do Nelsinho, aí houve aquele levante na Câmara e trocaram o vice. Empurraram os candidatos a vereador numa chapa com o PMDB e só conseguimos eleger dois", lembrou o deputado estadual Felipe Orro que voltou a defender  Dagoberto Nogueira como candidato mas, ao mesmo tempo, disse que a sigla deve esperar até as convenções (ultimo prazo para tomar decisão) por uma coligação que seja "boa para o PDT".

Essa coligação pode ser com qualquer partido . “Pode ser com o PMDB, como pode ser com o PT, com o PSDB, com o PP. Não tem problema nenhum", afirmou. "Essa é a proposta que eu defendo: vamos com candidatura própria, e só vamos discutir uma coligação na época certa, na convenção, e só vamos aceitar se for boa para o PDT. Não estou preocupado nem com o PT, nem com o PMDB. Estou preocupado é com o PDT”, assinalou o deputado. 

Pelo jeito, sem o comando de João Leite Schimidt que transitava da oposição ao governo com rara habilidade de raposa política, o PDT está sem saber se opta pela esquerda, se entra à direita, se vai em frente ou se fica. Pelo que afirmaram suas lideranças, sabe que não pode mais esperar enquanto tenta chegar a algum lugar.