O diálogo do advogado e seu amigo sobre Senado vs Supremo lá no 'Cazaquistão'
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Crônica, por Leonardo Duarte (*)
'As coisas estão fervendo lá no Cazaquistão. Naquele país, o Presidente do Senado, acusado em vários processos, foi afastado de seu cargo por uma decisão de um Ministro da Corte Maior.
Meu amigo lá me contou que a decisão tem como razão de decidir um outro processo, ainda não transitado em julgado.
Para complicar, um outro juiz da Corte Suprema disse que o colega que deu a decisão de afastamento deveria ser impichado, e que a decisão não podia ser séria.
Agora, soube que o Senado do Cazaquistão disse que não irá cumprir a ordem de afastamento de seu Presidente, até a decisão final da Corte Suprema daquele país, e isso para a ira da população e da imprensa locais, que pouco entendem de regras jurídicas, pedidos de vista, decisões liminares, trânsito em julgado e brigas entre colegas e poderes.
Meu amigo lá do Cazaquistão me disse ao telefone que 'era só ter dado a liminar para que ele não assumisse a Presidência da República, caso [e SE] o Presidente caísse, e não tê-lo afastado da Presidência do Senado assim, com uma canetada, neste momento de crise institucional'.
Sei lá. Eu não entendi nada. Argumentei que ninguém era culpado antes do trânsito em julgado.
– 'Mas o cara é bandido', ele me respondeu.
– 'Mas foi eleito regularmente. Não se pode simplesmente afastá-lo da Presidência do Senado porque PODE vir a assumir a Presidência da República. Isso é sofrer os efeitos de uma pena antes do julgamento, e pior, efeitos políticos que não se recuperam mais'.
Meu amigo retrucou: 'Você é advogado, você só pensa na defesa.'
Pode ser mesmo. Vai que o cara é bandido mesmo - vai que o vice do Senado é melhor.
Eu não entendo nada das coisas deste Cazaquistão...'
(*Leonardo Avelino Duarte é advogado em Campo Grande, ex-presidente da OAB-MS e ex-conselheiro federal da OAB)
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Postado por: Marco Eusébio, 06 Dezembro 2016 às 17:00 - em: Principal