Nem corrupto, nem pederasta... Vinicius

Reprodução/Arquivo
Nem corrupto, nem pederasta... Vinicius

Em meados de 1968, durante a onda de protestos que sacudiu o regime militar, reza a lenda que o marechal Costa e Silva teria redigido de próprio punho um bilhete para o então chanceler e banqueiro Magalhães Pinto ordenando: 

 
– "Assunto: Vinicius de Moraes. Demita-se esse vagabundo". 
 
O episódio que ficou dentre os mitos da época, ilustrou a irritação do regime com o diplomata e poeta Vinícius de Moraes, não por causa da escassa assiduidade do compositor ao trabalho, mas por notórias amizades com a esquerda e uma discreta politização das letras de suas canções.
 
E aconteceu que o diplomata Vinicius foi exonerado do Itamaraty, em meio às cassações que se seguiram ao temível Ato Institucional nº 5, que dava plenos poderes ao regime. 
 
A caça às bruxas foi justificada pela ditadura como ato moralizador, visando purgar o serviço público de "corruptos, pederastas e bêbados". 
 
Marcelo Dantas conta na página "Outros Olhares", blog que versa sobre o poeta, que amigos que foram receber Vinicius no Galeão, viram-no descer do avião abatido, amargurado. Mas com uma garrafa de uísque em punho, para evitar qualquer mal-entendido sobre em qual das três opções de exonerados se encaixava, o poetinha afirmou: 
 
– "Eu sou bêbado!"


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Postado por: Marco Eusébio, 28 Novembro 2012 às 18:41 - em: Garimpando Historia


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